CIDADANIA

Após transferência de enfermeiras, trabalhadores da Maternidade Municipal Araken Farias denunciam assédio moral

Protesto contra assédio moral na Maternidade Municipal Araken Farias I Foto: cedida pelo Sindsaúde/RN

Os profissionais da saúde que atuam na Maternidade Municipal Araken Irerê Pinto, localizada no bairro de Petrópolis, em Natal, fizeram um protesto na manhã desta segunda (30), em frente à unidade, para denunciar casos de assédio moral.

No episódio mais recente, os trabalhadores denunciam que duas funcionárias da Maternidade foram transferidas, arbitrariamente, na última segunda (23). Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal negou a ocorrência de assédio moral e disse que as transferências são decorrência de um “redimensionamento em toda sua rede, inclusive na Rede materno infantil”.

Foto: Sindsaúde/RN
Panfleto distribuído durante protesto I Foto: Sindsaúde/RN

Durante o protesto, os servidores da Maternidade fizeram um abraço coletivo na calçada da unidade para demonstrar união dos servidores contra a prática de assédio moral na unidade.

Sem explicar o quantitativo de profissionais e as unidades para onde as profissionais da maternidade foram remanejadas, a Secretaria Municipal de Saúde também justificou que as transferências foram feitas para outra maternidade, dentro da linha de trabalho que essas profissionais já executavam na Araken Farias.

“Hoje, a maternidade Araken Irerê Pinto conta com uma escala de enfermagem de 126 profissionais, e houve o cuidado em remanejar a mão de obra especializada para a outra maternidade municipal, respeitando o potencial dos servidores para essa linha de cuidado, independente do Distrito Sanitário com foco na melhoria do atendimento à população”, informa o comunicado da SMS.

Risco de vida

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/ RN), a diretora técnica da Maternidade Municipal Araken Irerê Pinto, teria solicitado a duas enfermeiras especializadas em obstetrícia que executassem um procedimento que, segundo as enfermeiras, estaria fora de suas alçadas, podendo colocar a vida das mães e bebês em risco. As profissionais chegaram a elaborar um documento oficial conhecido como POP (Procedimento Operacional Padrão), explicando os motivos pelos quais não poderiam executar o procedimento.

Segundo os servidores, o episódio citado acima teria sido o motivo para as transferências, consideradas arbitrárias pela categoria. Mas, além desse caso, há outras denúncias contra a mesma pessoa. A diretora da Maternidade chegou a alegar que havia um documento de outra maternidade solicitando profissionais. Porém, os representantes do Sindsaúde/RN acreditam que esse documento sequer exista, já que nunca tiveram acesso ao mesmo. Outro agravante citado pelo Sindicato, é o fato das enfermeiras transferidas terem especialidade em obstetrícia, deixando as profissionais em falta na Maternidade.

Abraço coletivo contra assédio moral na Maternidade Araken Farias I Imagem: Sindsaúde/RN
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