O vereador Alexandre Bevenuto, de Apodi, no Oeste Potiguar, pediu desfiliação do Partido dos Trabalhadores após uma série de atritos com a sigla. O parlamentar acumulou desgastes após votar em um candidato do PL – sigla de Jair Bolsonaro – para deputado na última eleição, além de já ter aparecido em foto com Wendel Lagartixa e Sargento Gonçalves, ambos bolsonaristas.
Bevenuto foi eleito em 2020, sendo o primeiro vereador do PT em Apodi. Antes, em 2016, já havia sido candidato ao mesmo cargo pelo atual Avante. O pedido de desfiliação foi feito em 16 de dezembro, apontando motivos de ordem pessoal. Na ocasião, o parlamentar ainda solicitou que o PT mantivesse o mandato com ele. Como a desfiliação foi feita fora da janela partidária, o partido poderia requerer o mandato, mas não o fez.
Segundo o presidente do PT Apodi, Agnaldo Fernandes, a direção aprovou o pedido de desfiliação por unanimidade.
“A gente reuniu a direção executiva, analisamos o pedido dele, aceitamos o pedido de desfiliação e já aprovamos. Encaminhamos ofício para a Presidência da Câmara, para Justiça Eleitoral, para o próprio Alexandre, para o diretório estadual informando que ele não faz mais parte dos quadros do PT”, disse Fernandes.
O vereador ainda não entrou em outra sigla, mas tem mantido a aproximação com o PL.
Entenda
Ao longo de 2022, Bevenuto flertou com o bolsonarismo e descumpriu normas estatutárias do PT. Para deputado estadual, ele votou em Neilton Diógenes, vice-prefeito de Apodi que assume o mandato na Assembleia nesta quarta (1º).
Também recebeu na Câmara Municipal e posou para foto com Wendel Lagartixa e o deputado federal eleito Sargento Gonçalves, ambos do PL. Inicialmente, Lagartixa também havia sido eleito para a ALRN, mas foi impedido de tomar posse por ter condenação por um crime hediondo.
Mais recentemente, em novembro, formou junto com os colegas de Câmara Municipal Andreazo Alves (PL) e Filipe Gustavo (PL) uma bancada parlamentar sem consultar o PT.
Para o presidente municipal do PT, a decisão feita em comum acordo foi acertada.
“Tomamos uma decisão com muita maturidade e sabedoria, mesmo o Alexandre descumprindo uma sequência de decisões do partido adotadas nos encontros de táticas eleitorais, como apoiar candidaturas fora do campo das alianças construídas em 2022, vindo a declarar voto em Lula faltando somente 72 horas para finalizar o segundo turno de 2022, recepcionar figura política que incitou o ódio e até a morte do presidente Lula e, por último, decidiu compor uma bancada na Câmara Municipal com outro partido sem ocorrer consulta a instância partidária”, afirma Agnaldo Fernandes.