Pais e familiares de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) realizam um protesto neste sábado (14), às 16h, na calçada do Midway Mall, em Natal. O ato reivindica atendimento digno nos planos de saúde para os autistas.
Segundo Priscila Oliveira, mãe de uma criança de 11 anos que possui TEA, os planos de saúde estão dando negativas para tratamentos específicos e cientificamente comprovados para o Transtorno.
“Quando a gente consegue uma autorização judicial, eles pagam o tratamento mas sempre numa tentativa de ser uma peregrinação complicada em encontrar clínicas autorizadas para fazer, ou eles colocam a gente em clínicas que eles autorizam mas que não tem possibilidade dos pais levarem o paciente para fazer a terapia”, critica.
A Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Parnamirim (APAAP), que também convoca para a manifestação, relata outras queixas.
“Desde o cancelamento arbitrário do plano até a falta de profissionais, ou longos anos de espera por uma resposta, resultantes na má qualidade de vida para pessoas com deficiência e suas famílias”, diz a organização.
Oliveira dá o exemplo do seu próprio filho. A criança possui um plano na Unimed mas, segundo a mãe, a empresa condicionou as receitas somente ao médico que atende ele a cada seis meses.
“Qualquer médico poderia passar a receita. Era um direito do plano. Contudo, só o neuropediatra pode atender”, afirma.
De uma consulta que marcou em julho, Priscila só conseguiu atendimento para o próximo mês, fevereiro.
“Aí fui pra uma consulta pra pediatra, e ela disse que não estava apta a solicitar o tratamento, apesar dele já estar em tratamento. Era só renovar uma guia que o neuro já havia dado”, ressalta a mãe.
Os movimentos de familiares de autistas reclamam principalmente da Unimed, Humana Saúde, Hapvida, e também o Sistema Único de Saúde (SUS), da rede pública.