A Polícia Civil encerrou nesta terça-feira (31) as investigações sobre a morte de Antônio Luís Rodrigues, 48 anos, que vivia em situação de rua em Mossoró, e confirmou que não houve homicídio.
Rodrigues foi internado no Hospital Tarcísio Maia na terça (24) e veio a óbito três dias depois, na sexta (27). Inicialmente, circulou a informação falsa de que o homem havia morrido em decorrência de um ataque a óleo quente que o dono de um restaurante do Centro teria jogado.
A situação fez o Governo do Estado emitir uma nota pública confirmando o ocorrido e informando que a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) havia instaurado um Inquérito Policial com equipe atuando em serviço extraordinário no final de semana, exclusivamente para o caso. A Ordem dos Advogados do Brasil, em Mossoró, também se pronunciou sobre o suposto ataque.
Posteriormente, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que o paciente deu entrada com um quadro de infecção urinária avançada, que evoluiu para uma infecção generalizada, septicemia e depois a morte.
Como surgiu a informação falsa
A informação falsa veio inicialmente pelos familiares, que foram informados de que teriam jogado óleo quente no homem enquanto ele estava dormindo. Os parentes confirmaram a informação para veículos de imprensa, o que fez a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (OAB) de Mossoró ser acionada e a Polícia Civil iniciar a investigação do caso. O hospital, entretanto, não confirmou as queimaduras.
De acordo com o delegado Caio Fábio, Rodrigues não falou em nenhum momento que teria sido vítima de óleo quente ao chegar ao hospital. O médico da UPA relatou apenas que o homem estava com vermelhidão, provavelmente causada pelo sol e desidratação.
Ainda no início da falsa história, também circulou que um comerciante do Centro da cidade teria sido o responsável por jogar o óleo quente na vítima. O delegado confirmou a existência do empresário que teve uma discussão com Rodrigues, mas o comerciante informou que o desentendimento foi para que o homem em situação de rua saísse de frente do seu estabelecimento. Segundo Caio Fábio, as imagens mostram que na discussão entre os dois não houve arremesso de nenhum objeto ou substância, apenas uma briga verbal.
O caso foi conduzido pela 10ª DHPP de Mossoró. Ao longo da investigação, a equipe policial descartou a possibilidade de homicídio. Neste caso, 11 pessoas foram ouvidas, imagens de segurança foram captadas e em nenhum momento as imagens mostraram um crime, de acordo com a Polícia.