DEMOCRACIA

Ataque em Brasília completa um mês com cinco potiguares presos e cinco soltos com tornozeleira eletrônica

Era tarde de 8 de janeiro quando bolsonaristas radicais invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, depredaram prédios públicos e ensejaram um golpe contra o resultado das eleições. Um mês depois da ação que resultou na prisão de mais de 1,4 mil pessoas, cinco potiguares seguem presos no Complexo da Papuda e outros cinco estão em liberdade sob uso de tornozeleira eletrônica, segundo atualiazação desta quarta (8) fornecida pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF).

Confira a lista completa:

Custodiados no Centro de Detenção Provisória II

  • Antonio Fidelis da Silva Filho, 45 anos
  • Cleodon Oliveira Costa, 61 anos
  • Daywydy da Silva Firmino, 30 anos
  • Maxwell Guedes de Araújo, 43 anos
  • José Augusto da Silva, 57 anos

Libertados com tornozeleira eletrônica:

  • Bruno Soares Cassemiro, 35 anos
  • Francisca Ivani Gomes, 36 anos
  • Francisco Oliveira Germano, 49 anos
  • Jane Kel Pinheiro Borges, 53 anos
  • Thiago de Lima Pinheiro, 37 anos

Houve até quem completasse aniversário de dentro da prisão. Cleodon de Oliveira Costa, por exemplo, é o mais velho do grupo e nasceu em 28 de janeiro, portanto celebrou a nova idade de dentro da Papuda. 

Há também um potiguar que não constava nas listas iniciais. Anteriormente, José Augusto da Silva aparecia como sendo natural do Distrito Federal. Na nova lista da secretaria divulgada há duas semanas, seu registro mudou para o RN.

Ato terrorista

Grupos bolsonaristas organizados planejaram o ataque com antecedência. Caravanas de outros estados foram feitas até a capital do Brasil com o intuito de fazer o ato em Brasília. O que se seguiu na tarde de 8 de janeiro foi uma série de ataques à Constituição e depredação dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi comparada à invasão do Capitólio, nos EUA, em 2021.

O episódio levou ao afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha, e levou à prisão Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública, por omissão e negligência. Torres foi também ministro da Justiça do governo Bolsonaro. 

Por 23 dias o DF ainda teve um interventor nomeado pelo governo Lula. Ricardo Cappelli assumiu logo no dia 8 e ficou responsável por coordenar parte das apurações sobre os ataques terroristas. Partiu também de sua coordenação a produção de um relatório final que apontou falhas na coordenação da segurança pública local. Em 31 de janeiro, o decreto da intervenção chegou ao fim e a vice de Ibaneis, Celina Leão, ficou no cargo.

Operação Lesa Pátria

O 8 de janeiro levou a Polícia Federal a deflagrar a Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os fatos ocorridos naquele dia.

A quinta fase da operação ocorreu nesta terça (7), quando foram cumpridos mais três mandados de prisão temporária, um mandado de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, no Distrito Federal.

Ao todo, o balanço é o seguinte:

Mandados de prisão preventiva cumpridos: 17

Mandados de prisão temporária cumpridos: 3

Mandados de busca e apreensão cumpridos: 37

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, de acordo com a PF.

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