O carnaval das nossas vidas
Natal, RN 24 de abr 2024

O carnaval das nossas vidas

13 de fevereiro de 2023
3min
O carnaval das nossas vidas

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Glitter, ressaca, tiaras coloridas, sol, suores e salivas.

Vai começar o carnaval do século para expurgar todos os fantasmas, abrir alas para o futuro e festejar o reencontro do Brasil. Mais do que os últimos carnavais experimentados, que lembramos com certa nostalgia, como um abre alas anual que nos fez muita falta nos últimos dois anos. Na festa mais brasileira de todas, mais até do que o futebol, são dias de celebrar. Colorir as escadas, paradas e vielas.

Brincantes, foliões, carnavalescos. Todo mundo misturado, ganhando o direito à rua e ao lúdico, mesmo que por alguns dias. Esse ritual todo constitui nossa essência - há quem diga que esse papo de essência brasileira tá demodê, e disso eu discordo totalmente. Resgatar as características do que nos faz brasileiro é uma das questões mais urgentes e necessárias dos dias que se aproximam, mas isso é papo para um próximo texto.

O fato é que essa tal essência, é certo, foi um pouco perdida nos últimos anos, de tanta agonia e sorrisos reprimidos. Nunca se viu isso, mesmo quando a história registrara as tentativas fracassadas de adiar essa festa popular, em 1892 e 1912. Nos anos recentes que passamos sem ele, o carnaval, foram os foliões mais convictos que entenderam a necessidade de não aglomerarmos em meio à Pandemia. Foi essa turma toda que consegue se ver no outro que entendeu a responsabilidade de cumprirmos o distanciamento, mesmo sofrendo por não estar junto. Mas agora, passado esse tempo estranho, que a aglomeração tome conta! Que os agarros, cheiros, chupões e abraços retornem ao nosso vocabulário, porque o pior já passou e todo mundo decente já tomou a vacina.

Vamos nos reconhecer o que há de melhor no Brasil e no povo brasileiro. Nas melhores folias de rua, na multidão que faz de qualquer coisa colorida o seu abadá para curtir a catarse. Nessa festa da diversidade, todo mundo é gente, que brilha, brinca, trabalha e se diverte.

Seguindo bloquinhos, troças de frevo, maracatus, marchinhas, escolas de samba, trios elétricos ou paredões: sejamos felizes e lembremos a todo momento que nós sobrevivemos a um dos piores momentos da história do nosso país. Festejemos a vida e a nova aurora chamada Brasil. Há motivo agora para brincar, dançar, brindar cervejas quentes e todos nós virarmos um. Essa massa de gente que insiste nas lantejoulas, nos banhos de mangueira, no grande espetáculo da alteridade.

Que a gente possa viver o carnaval do século: o carnaval das nossas vidas!

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