Falésias de praias de Parnamirim correm alto risco de desmoronamento e queda de paredões, aponta Defesa Civil
Natal, RN 20 de abr 2024

Falésias de praias de Parnamirim correm alto risco de desmoronamento e queda de paredões, aponta Defesa Civil

28 de março de 2023
5min
Falésias de praias de Parnamirim correm alto risco de desmoronamento e queda de paredões, aponta Defesa Civil

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Na região litorânea, onde há presença de falésias, nada mais natural do que uma paradinha para tirar aquela foto ou, simplesmente, apreciar a vista. Mas, apesar da paisagem encantadora, há um risco não tão aparente em se aproximar da beirada dessas formações rochosas que, apesar de imponentes, são frágeis: a de desabamento.

As falésias localizadas em praias bem conhecidas da cidade de Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, como Cotovelo, correm um elevado risco de desmoronamento, segundo avaliação feita por técnicos da Defesa Civil do município, durante vistoria realizada no último sábado (25).

O risco de desabamento é ainda maior com a chegada de chuvas, como a registrada neste final de semana. Em alguns pontos, como no local conhecido como “prainha”, a Defesa Civil observou o trânsito de pescadores, comerciantes e banhistas, apesar do risco.

Mesmo em falésias com vegetação, há risco de desabamento I Foto: Ana Amaral, Ascom Prefeitura de Parnamirim
Mesmo em falésias com vegetação, há risco de desabamento I Foto: Ana Amaral, Ascom Prefeitura de Parnamirim

Com rachaduras de até 2 centímetros, alguns trechos de paredões na praia de Cotovelo podem cair a qualquer momento. Há risco mesmo naqueles locais onde há presença de vegetação, que protege o terreno de uma maior erosão, devido a existência de plantas ocas, com espaço livre entre as raízes e o terreno, que podem ser vistas, inclusive, a olho nu.

Durante a vistoria, os agentes da Defesa Civil de Parnamirim encontraram pessoas perto demais dessas áreas, sem se importar com o grande perigo que estavam correndo. Eles abordaram banhistas, pessoas que caminhavam na orla e turistas que estavam tirando fotos perto demais do precipício das falésias.

Técnica da Defesa de Parnamirim visita falésias I Foto: Ana Amaral - Ascom Prefeitura de Parnamirim
Técnica da Defesa de Parnamirim visita falésias I Foto: Ana Amaral - Ascom Prefeitura de Parnamirim
Técnicos da Defesa Civil em visita a falésias de paria em Parnamirim I Foto: Ana Amaral - Ascom Prefeitura de Pranamirim
Técnicos da Defesa Civil em visita a falésias de paria em Parnamirim I Foto: Ana Amaral - Ascom Prefeitura de Parnamirim

Orientações

Apesar da área estar sinalizada com placas, há uma equipe de plantão praticamente o dia todo para evitar que acidentes aconteçam no local. A orientação é que na orla - área mais baixa, as pessoas não busquem abrigo do sol próximo de encostas e falésias.

Na parte superior dos paredões, não se aproxime demais da borda em busca de fotos ou mesmo contemplação. Uma distância segura, de 10 a 15 metros da borda deve sempre ser respeitada, com ou sem a presença de agentes no local.

Histórico

Stella, Hugo e o filho de sete meses morreram ao serem atingidos por queda de falésia em Pipa I Foto: reprodução
morreram ao serem atingidos por queda de falésia em Pipa I Foto: reprodução

Uma família morreu em novembro de 2020 após parte de uma falésia desabar na praia de Pipa, um dos principais cartões postais do Rio Grande do Norte, no município de Tibau do Sul. As vítimas eram o jovem casal Hugo Pereira, de 32 anos, e Stella Souza, de 33, e o filho deles, Sol, de apenas sete meses de idade.

A falésia havia dado sinais de desmoronamento dois anos antes, em 2018, segundo a procuradora do Estado Marjorie Madruga, quando foi iniciada a construção de um cais, projeto da Prefeitura de Tibau do Sul.

Em janeiro de 2021, um novo desabamento de falésia foi registrado perto do local onde ocorreu o acidente anterior que vitimou três pessoas de uma mesma família. Mas, dessa vez, ninguém se feriu.

Um relatório elaborado pelo Instituto de Defesa do Meio Ambiente (Idema) em parceria com a Prefeitura de Tibau do Sul apontou para a existência de 40 imóveis em área de risco.

Em abril de 2022, um novo deslizamento foi registrado nas falésias da Praia do Centro, em Pipa, Tibau do Sul-RN, no mesmo local onde três pessoas da mesma família morreram ao serem atingidas por rochas do paredão, em novembro de 2020.

Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) elencou as principais medidas que precisam ser adotadas para diminuir os riscos de desmoronamentos: a retirada de casas e estabelecimentos instalados na área; a proibição de que carros e pessoas se aproximem das bordas das falésias; a drenagem das estradas próximas; e a instalação de placas informativas alertando para o perigo de desmoronamento.

Área isolada depois de novo deslizamento em falésia de Pipa registrado em abril de 2022 I Foto: Defesa Civil
Área isolada depois de novo deslizamento em falésia de Pipa registrado em abril de 2022 I Foto: Defesa Civil

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