Funcionários de shoppings são obrigados a trabalhar durante onda de atentados e sem transporte público em Natal
Natal, RN 19 de abr 2024

Funcionários de shoppings são obrigados a trabalhar durante onda de atentados e sem transporte público em Natal

16 de março de 2023
4min
Funcionários de shoppings são obrigados a trabalhar durante onda de atentados e sem transporte público em Natal

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A onda de insegurança e a série de atentados criminosos no Rio Grande do Norte não alteraram o funcionamento dos shoppings em Natal. Trabalhadores são obrigados a sair de casa mesmo sem transporte público disponível nesta semana de apelo comercial, com o Dia do Consumidor, 15 de março.

Natal Shopping, Partage Norte Shopping, Cidade Jardim, Via Direta e Midway Mall permanecem com horários inalterados.

Em publicação festiva no perfil do Midway no Instagram, vários comentários são de reclamação. “Coloquem a comemoração de hoje para outro dia, e liberem os funcionários”, sugere internauta.

“Oh seus mercenários ... Pensem no pai e mãe de família que trabalham no shopping de vocês. Estão aguardando acontecer algo aí pra tomar uma atitude, que tipo de administração irracional é essa que visa apenas o lucro e não a vida e o bem estar dos funcionários e os clientes. Os funcionários de vocês estão se arriscando pra no final voltar a pé? Que belo exemplo de humanismo essa administração está realizando.. Francamente, nunca comprei aí e depois disso jamais irei. Empresa que visa apenas o seu bolso...”, comenta outro cidadão.

“Um total descaso com os funcionários! Quem depende de transporte público? Faz como? E mesmo quem tem algum meio de locomoção, o perigo de ir e voltar pra casa? Mas pra vcs o q importa é o ganho! O que acontecer aos funcionários será culpa de vcs!”, dispara mais uma seguidora.

Outro comentário diz: “Fechem o shopping e liberem os funcionários das lojas usuários do transporte público, não tem ônibus, mal tem uber pra aceitar viagens principalmente à noite durante o fim do expediente do shopping... enquanto os donos estão sentados em suas casas protegidos, quem faz a coisa andar por aí é quem tá se arriscando!.”

Entidades

As entidades do setor se esquivam de qualquer responsabilidade. Em contato com a Agência Saiba Mais, a Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL Natal) informou que tem cobrado condições de trabalho das empresas, além de segurança e ônibus em circulação por parte das autoridades. Disse ainda que em alguns casos, os empresários estão indo buscar colaboradores ou pagando transporte por aplicativo.

“A gente vai ter que devolver quatro reais do auxílio transporte pro caixa. Meu chefe me dispensou hoje pra não ter que pagar uber para três pessoas e agora vou ter que trabalhar domingo, dia da minha folga pra não ficar devendo hora”, diz uma funcionária de shopping, sem se identificar.

“Querem me mandar ir pro trabalho de uber moto, porque é mais barato. Mas é super perigoso, ainda mais em meio a esses ataques. E está chovendo”, comenta outro trabalhador.

Em nota desta quinta-feira (16), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio RN), ressalta apenas que os estabelecimentos continuam abertos.

“Mesmo com o clima de insegurança causado desde o início da semana e com os riscos iminentes ao patrimônio, os comerciantes seguem abrindo seus estabelecimentos para atendimento às necessidades da população. É uma situação extremamente grave, que merece uma atenção diferenciada e urgente das forças de segurança pública, com a imediata adoção de medidas que sejam eficazes para debelar a crise que nos assola e retomar a normalidade tão desejada pela população”, destacou.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-RN) reagiu ao cenário de caos na capital e cobrou reforços na segurança do Estado. “Apesar do recolhimento da frota de ônibus em Natal, o comércio segue funcionando no momento. Estamos todos acompanhando os desdobramentos que ocorrerão ao longo da tarde, a partir do reforço das ações das forças de segurança. Esperamos voltar à plena normalidade com a maior rapidez possível”, comunicou a instituição em nota.

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