Mulheres recebem mais da metade dos recursos para fomento ao empreendedorismo do governo do RN
Natal, RN 19 de abr 2024

Mulheres recebem mais da metade dos recursos para fomento ao empreendedorismo do governo do RN

27 de março de 2023
6min
Mulheres recebem mais da metade dos recursos para fomento ao empreendedorismo do governo do RN

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As mulheres e os negócios chefiados por elas têm protagonismo na Agência de Fomento do RN. O número de mulheres atendidas com crédito pela instituição nos últimos quatro anos corresponde a mais de 50% de tudo que foi financiado  pela instituição, fundada em 2001. Entre 2019 e 2022, foram 14.013 mulheres atendidas com um volume de recursos de R$ 59,5 milhões, superando em quantidade de operações (10.651) e volume de recursos (R$ 54,4 milhões) os financiamentos concedidos a negócios comandados por homens.

Na história da instituição, a linha de crédito que mais alcançou mulheres foi a destinada ao mercado informal. Ao todo, a AGN financiou 18.480 mulheres em negócios informais que vão da produção de alimentos, até confecções, estética, dentre outros. Um investimento que ultrapassa o valor de R$ 48 milhões. Mesmo no mercado formal, o número de financiamentos contratados por mulheres supera aqueles contratados por homens com 5.544 contra 5.164 e um aporte de R$ 34,5 milhões contra R$ 32,7 milhões.

A uma distância de 57 quilômetros de Natal e uma pequena estrada de barro, é possível conhecer a história de luta de uma mulher e sua família por uma vida melhor. Uma trajetória construída com coragem e determinação em fazer de uma pequena plantação de macaxeira herdada do pai, um novo negócio capaz de manter sete famílias e empregar 42 pessoas.

Cícera Franco, filha de agricultor, acreditou que a agricultura familiar poderia transformar sua vida e de toda a família. Da monocultura, ela partiu para a produção de hortaliças e outros, desenvolveu seu negócio, ampliou e deixou para trás a dependência dos atravessadores e se tornou fornecedora de produtos para a feira livre na cidade numa banca montada pela família, mas também para consumidores da capital potiguar.

O cultivo, antes limitado ao pai, ganhou a companhia das irmãs Joana D’Arc, Maria Iraneide, Maria Renilda, Francisca Sizelia e do irmão Francisco das Chagas, além dos cônjuges e filhos que passaram a integrar a unidade produtiva. O Sítio Alegria, lar de Cícera e sua família, inclusive foi palco de uma série de anúncios do Governo Federal e Estadual voltados à agricultura familiar, e que contou ainda com a concessão de crédito para mais sete famílias que atuam na produção de orgânicos.

No primeiro crédito acessado por Cícera, na Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN-RN) – instituição financeira do Governo do Estado – um motocultivador foi adquirido. A máquina transformou parte da produção, poupando tempo, mão de obra e ampliando a produtividade. O serviço, que antes levava quase um dia e desgastava o pessoal, passou a ser realizado em menos de uma hora.

“Acessei o CredMais da AGN para adquirir o motocultivador, que foi um poupador de mão de obra. E é isso que a agricultura familiar, se reinventar. O segundo crédito vem agora para ampliar nossa área de produção, dar uma estruturada em nosso sítio. Então a AGN é fundamental para agricultura familiar”, conta Cícera Franco.

Bem longe dali, na cidade seridoense de Lagoa Nova está a jovem empreendedora Aline Suiane de Lima. Microempreendedora Individual há seis anos, ela abriu sua primeira loja na cidade em que vive, acessou o Microcrédito do Empreendedor da AGN em quatro oportunidades, abriu uma filial na cidade de Angicos e agora, pela quinta vez, buscou os recursos para continuar a investir e fazer seu empreendimento crescer ainda mais.

“O crédito da AGN é especial demais. Com os recursos, já consegui reformar a loja, temos uma filial em Angicos e estou sempre lutando para fazer valer o crédito que recebi”, conta ela que trabalha com confecções e viu na AGN a oportunidade de transformar seu negócio por meio do financiamento. “O crédito ajudou demais, a gente que é MEI, quando vai no banco, eles disponibilizam muito pouco, mas a AGN é diferente, tem um crédito muito bom, não tem os juros de um banco, facilitou demais”, comemora Aline.

Para a diretora-presidente da AGN, Márcia Maia, assegurar alternativas de crédito acessíveis, em condições especiais e que permitam diferentes perfis de empreendedor e de negócios oportuniza que mulheres empreendedoras possam alcançar sua independência financeira.

“Sob diretriz do Governo do Estado, nós somos um braço para impulsionar, uma mão para auxiliar no caminho dos empreendedores e empreendedoras. Orgulha muito toda nossa equipe saber que nossa participação em eventos voltados ao empreendedorismo feminino, nossa parceria com instituições públicas e da sociedade civil tem resultado. A Agência de Fomento, como esse trabalho, atende aos anseios da coletividade, chega a quem mais precisa, democratiza o crédito e transforma a realidade de famílias inteiras”, destaca Márcia Maia.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Questões ligadas à equidade de gênero, erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, saúde e bem-estar, trabalho decente e crescimento econômico, redução das desigualdades, bem como, o consumo e produção responsáveis estão entre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) – baseados nos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – contemplados pela atuação da AGN.

Em 2015, representantes de diversos países se reuniram para debater e decidir sobre novos caminhos para melhorar a vida das pessoas em todos os lugares do mundo. As decisões vieram com o objetivo de promover uma mudança do curso global de ação para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar para todos, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas.

Assim, naquele ano, os países iniciaram a adoção de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável e resultaram nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), inspirados nos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A iniciativa acontece desde então, em escala mundial, com o apoio das Nações Unidas num trabalho conjunto entre governos, sociedade civil e outros parceiros para aproveitar o impulso gerado pelos ODM e levar à frente uma agenda de desenvolvimento.

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