O vereador Robério Paulino (PSOL) assumiu neste mês a presidência da comissão de educação, cultura, ciência, tecnologia e inovação da Câmara Municipal de Natal. À frente da nova tarefa, vê a educação natalense “muito deficiente”, com unidades sem ventilador e “cercadas de lama”.
“Antes de ser presidente da comissão eu visitei, nesses dois anos de mandato, dezenas de escolas e comprovei a situação muito precária das escolas em Natal. Escolas sem ar condicionado e sem sequer ventilador, às vezes com caixas d’água rachadas, com os quatro quarteirões cercados de lama, ou seja, uma situação muito precária”, afirma.
“Tinha uma escola na Redinha que não tinha um único ventilador funcionando em nenhuma sala de aula. Isso é muito complicado para as crianças. Como é que se aprende assim?”, questiona.
Segundo o psolista, há também uma defasagem no salário dos docentes. Ele critica Álvaro Dias (PSDB), chefe do Executivo da capital.
“O prefeito manteve os professores praticamente dois anos da pandemia sem reajuste, o que deixou o salário completamente defasado. Hoje tem professor que antes ia de carro pra escola e hoje não pode mais ir. Hoje é uma das categorias menos remuneradas em todas as categorias, uma situação muito delicada”, aponta.
Paulino defende ainda um aumento do orçamento municipal para a educação. Para 2023, o valor está previsto em R$ 715,8 milhões. Ele defende ainda o aumento do número de escolas em tempo integral.
“Você pega o estado de Pernambuco. Hoje, 60% das escolas de lá já têm educação em tempo integral. O Rio Grande do Norte está na retaguarda. Tem aproximadamente 20% de escolas em tempo integral. É muito baixo. Isso não é só no município. O estado do Rio Grande do Norte como um todo, mesmo tendo uma professora governadora, está muito atrasado na implantação do tempo integral”, critica.
Na comissão de educação, o vereador tem a companhia de Daniel Valença (PT) como vice-presidente. Anderson Lopes (Solidariedade), Bispo Francisco de Assis (Republicanos) e Júlia Arruda (PCdoB) são os outros membros.
