Os professores da rede pública de educação do Rio Grande do Norte aprovaram a greve da categoria em assembleia realizada nesta sexta-feira (3). A paralisação já deve começar na próxima terça (7).
A greve é o resultado da insatisfação gerada dentro da categoria após o governo do Estado não apresentar propostas consideradas satisfatórias em relação ao reajuste do piso salarial. Foram três propostas avaliadas em pouco mais de duas semanas. A última proposição foi apresentada nesta terça (28), um dia após a aprovação do indicativo de greve, mas novamente rejeitada.
Para Fátima Cardoso, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte-RN), a paralisação surge no momento certo. Ela destaca a amplitude da assembleia, com presença de 10 das 17 regionais do sindicato.
“Já havia necessidade de deflagrar essa greve para pressionar o governo a apresentar uma proposta que de fato seja defensável, que a gente possa dialogar com a categoria, e a categoria dialogar com a proposta. A proposta é insuficiente. Acho que foi muito bem apropriado o momento em que a gente parou, para pensar sobre uma pressão maior e eu acredito que a luta vai render frutos porque nós tivemos a presença de muita gente no interior, então essa presença do interior materializa o pensamento da categoria”, aponta.
O próximo passo, agora, é ir até as unidades escolares na segunda (6) e já no dia seguinte iniciar oficialmente a greve.
“Segunda-feira vamos estar voltando às escolas para conversar com a comunidade escolar, porque a comunidade precisa ser respeitada, ser ouvida. Nós não podemos entrar numa greve sem trabalhar a comunidade escolar, embora ela já venha sendo avisada. Os professores já vem conversando, mas é necessário ter esse estabelecimento”, explica.
“A partir de terça-feira nós vamos ter, aí sim, o primeiro dia de greve. Vamos formar um comando de greve para visitar as escolas. A gente vai levantar o quadro e temos atividades de panfletagem nas ruas para tentar fazer o diálogo com a população”, diz a docente.
As propostas
Antes da deflagração, a Secretaria de Educação (Seec) havia apresentado três propostas rejeitadas pelos professores. A primeira consistia na implementação de 3% em maio para os ativos e aposentados que ganham acima do piso, retroativo a janeiro; 2,71% em setembro e 8,66% em dezembro. O retroativo seria implementado a partir de maio de 2024.
A segunda oferta propunha a implantação de 5,70% em maio e 8,66% em dezembro. O retroativo seria pago a partir de maio do ano que vem.
A terceira e última consistia em implementar 14,95% em março, mais o retroativo de janeiro e fevereiro para os docentes que recebem abaixo do valor do piso. Para os demais – incluindo aposentados e pensionistas com paridade-, o reajuste seria de 6,5% em maio e 7,93% em dezembro, com retroativo pago em oito parcelas entre maio e dezembro de 2024.
Contrária às propostas, a categoria mantém a reivindicação de reajuste de 14,95% implementado de forma integral, de acordo com a carreira, paridade e integralidade entre ativos e aposentados, com pagamento a partir de março e efeito retroativo a janeiro e fevereiro.