CIDADANIA

“Invasão é o que os grandes latifundiários e empresas transnacionais fazem, é o que fizeram com os indígenas há 500 anos”, denuncia MST

O Abril Vermelho pode aparecer nas manchetes dos grandes jornais de forma negativa como um período de “invasões” realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Mas, a data é, na verdade, a forma que o Movimento encontrou de não esquecer do assassinato de 21 trabalhadores rurais que foram assassinados pela polícia do Pará enquanto protestavam por uma maior agilidade na desapropriação de terras.

O massacre, que ocorreu em 17 de abril de 1996 e este ano completa 27 anos, é símbolo também de impunidade. Do total de 155 policiais que atuaram no caso, apenas Mário Pantoja e José Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados. Eles cumprem a pena em liberdade.

O tema foi discutido durante o Balbúrdia desta quinta (20) com Erica Rodrigues, que é Coordenadora Nacional do MST. Ela também falou sobre a tentativa da grande imprensa de deslegitimar o movimento com uso de termos pejorativos, como “invasão”.

Invasão ou Ocupação?

Pra gente tem uma grande diferença de significado. O termo invasão vem sendo utilizado para tentar deslegitimar o movimento, para dizer que a luta não é legítima e o que o MST invade propriedade, isso é o que os grandes latifundiários e empresas transnacionais fazem, é o que fizeram com os indígenas há 500 anos. Invadiram uma terra produtiva onde já havia uma vida social construída. Pra nós a ocupação é legítima porque o MST ocupa grandes extensões de terra que não cumprem função social… É a forma que temos de pressionar o governo e órgãos responsáveis para dizer que a reforma agrária é necessária e urgente no Brasil”, esclarece Erica Rodrigues.

Confira a íntegra da entrevista:

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