Empresa obtém licença para concluir privatização de campos do Polo Potiguar da Petrobrás
Natal, RN 19 de abr 2024

Empresa obtém licença para concluir privatização de campos do Polo Potiguar da Petrobrás

20 de maio de 2023
Empresa obtém licença para concluir privatização de campos do Polo Potiguar da Petrobrás

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A petrolífera 3R Petroleum anunciou, nesta sexta-feira (19), que recebeu a licença para operar três campos do Polo Potiguar. A autorização era a última condição necessária para a compra do ativo junto à Petrobrás.

Em comunicado, a empresa informou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu as licenças referentes aos campos de Ubarama, Ubarama Oeste e Cioba.

“Dessa forma, a Companhia informa que todas as condições precedentes previstas no contrato de compra e venda do Polo Potiguar foram devidamente cumpridas pela Companhia e pela Petrobras”, afirmou.

O processo de venda do Polo Potiguar à iniciativa privada começou no ano passado, quando foi precificado em US$ 1,38 bilhão. A 3R Petroleum pagou US$ 110 milhões, enquanto US$ 1,04 bilhão seriam pagos no fechamento da operação e US$ 234 milhões em quatro parcelas anuais a partir de 2024.

Em março, na primeira coletiva como presidente da estatal, Jean Paul Prates chegou a afirmar que a venda dos campos estavam suspensas.

“A questão do Polo Potiguar é um processo solicitado pelo governo federal de suspender. Não é anular, não é interromper, não é desfazer contrato. É suspender e isso vai nos dar uma oportunidade de rever alguns conceitos não só em relação a essa venda como em relação a outras”, disse Jean.

Duas semanas depois, entretanto, a Petrobrás decidiu manter as vendas de ativos com contratos já assinados, incluindo o Polo Potiguar e mais quatro. A informação veio em resposta ao Ministério de Minas e Energia, que havia determinado no início de março a suspensão de venda de ativos da empresa por 90 dias.

“Procedemos o estudo preliminar sobre os processos de desinvestimentos em curso e, até o momento, não verificamos fundamentos pelos quais os projetos em que já houve contratos assinados (signing) devam ser suspensos. Os processos em que não houve contratos assinados seguirão em análise”, afirmou a estatal em 17 de março.

A 3R já tem outros dois ativos no Rio Grande do Norte de produção onshore: o Polo Macau, que teve a conclusão da aquisição em maio de 2020; e o Polo Areia Branca, processo encerrado em novembro de 2021.  

Coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte (Sindipetro), Ivis Corsino vê a investida com preocupação. Ele alerta que a privatização traz riscos de acidentes de trabalho e redução dos postos de trabalho. 

“O nosso olhar é de preocupação. Esse processo de transição, embora nós tenhamos questionamentos em relação ao processo de privatização, foi feito de maneira atabalhoada. A forma como foi conduzido traz um sério risco de acidente com trabalhadores, de acidente ambiental e também da redução de postos de trabalho”, afirma. 

A diminuição do número de trabalhadores, diz ele, já é sentida e de imediato. 

“A 3R contratou algumas empresas e essas empresas não estão, por exemplo, dando continuidade a alguns contratos já pré-existentes e nem mobilizando pessoal em número equivalente ao que já existia nos contratos da Petrobrás”, aponta.

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