Passados alguns meses da posse do novo presidente da Petrobras, o ex-senador pelo Rio Grande do Norte, Jean Paul Prates (PT), a direção do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do RN falou sobre os entraves criados durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para evitar que mudanças fossem implantadas na administração da estatal, o que estaria resultando numa maior demora para a realização de novas medidas.
“O inominável criou barreiras para evitar mudanças numa nova gestão e sabemos que as elas serão mais lentas, porém estão acontecendo de forma perceptível. Os atuai gestores estão levando mais tempo em tentar desfazer esses entraves, como no caso da substituição do Conselho de Administração”, relata Orildo Lima, Dirigente do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do RN (Sindpetro/ RN).
O dirigente sindical também analisou o processo de desinvestimento das gestões anteriores no polo potiguar e a queda da empregabilidade no setor.
“No auge da Petrobras nos anos 2000, até 2010, tivemos 10 mil contratados em terceirizados e tínhamos cerca de 2.800 funcionários próprios. Esse número caiu para algo em torno de 500 funcionários próprios e 3 mil terceirizados, atualmente. Temos um processo de privatização com a terceirização de atividades de nível técnico, com equipes de engenheiros, geólogos e geofísicos gerenciando equipes e as atividades específicas de manutenção sendo realizadas por empresas terceirizadas, o que gera um processo de não qualificação da mão-de-obra”, alerta.
Segundo o dirigente do Sindpetro/ RN, o Rio Grande do Norte chegou a ter, entre 2009 e 2015, investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhões, com média de R$ 1,5 bilhões. Nessa mesma época, a Petrobras que chegou a ter dez sondas de perfuração conta, atualmente, com apenas uma terceirizada.
“Isso trazia uma empregabilidade enorme. Esses dados são públicos e podem ser encontrados no site da Agência Nacional de Petróleo. Essas terceirizadas que se autodenominavam como produtores independentes, não têm nem uma sonda quando, no discurso, diziam que iam triplicar a produção”, critica Orildo Lima.
Esses e outros trechos dessa entrevista você confere no Balbúrdia desta terça (02). Confira: