UFRN recebe I Conferência Livre Nacional de Cuidados Paliativos

Com o objetivo de romper com o crônico subfinanciamento do SUS para atender o direito constitucional à saúde de forma sustentável e adequada, valorizando as pessoas trabalhadoras da saúde, a Frente PaliATIVISTAS realiza, no próximo dia 19 de maio, a I Conferência Livre Nacional em Cuidados Paliativos. No Rio Grande do Norte, o evento é organizado em parceria com a LETHS (Laboratório de Estudos em Tanatologia e Humanização das Práticas em Saúde) e o NESC (Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Com o tema "Cuidados Paliativos: um direito humano – políticas públicas JÁ", a conferência será realizada das 13h às 18h em diversas localidades do Brasil. As atividades têm como objetivo aprofundar o debate sobre a implementação da política nacional de cuidados paliativos e contribuir para a melhoria da qualidade de vida e de morte no país.

A Frente PaliATIVISTAS tem como objetivo reunir usuários, trabalhadores da saúde, gestores e prestadores de serviço ao SUS para defender a implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos no SUS, com garantia de financiamento e integrada às Redes de Atenção à Saúde. Busca-se também a inclusão dos cuidados paliativos como componente de cuidado na Atenção Primária, por meio da Estratégia de Saúde da Família.

As inscrições para a conferência já estão abertas e podem ser feitas através do link: https://forms.gle/nWQMZMN7NExszyWB7. O evento oferece duas modalidades de participação: presencial e online. A conferência acontecerá das 13h às 18h no Departamento de Educação Física (DEF) da UFRN, no Auditório Principal, localizado no Campus Central, Rua da Saúde, ao lado do Ginásio.

Os cuidados paliativos são cuidados ativos direcionados ao alívio do sofrimento relacionado à doença ou condição de saúde grave. Eles são oferecidos a pessoas de todas as idades, assim como a seus familiares e cuidadores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 14% das pessoas que necessitam de cuidados paliativos no mundo têm acesso a eles, sendo que esse acesso é ainda menor nos países de baixa e média renda.

No Brasil, cerca de 70% das mortes são causadas por doenças crônicas, e apenas 7,3% dos brasileiros que necessitam de cuidados paliativos têm acesso a eles. O país possui um dos piores indicadores de qualidade de morte do mundo. Diante desse cenário, a conferência busca dar visibilidade à urgência de oferecer cuidados paliativos às pessoas que estão sofrendo e divulgar os alarmantes índices de sofrimento relacionado a doenças graves. Calcula-se que 1 a 2% da população atendida na atenção primária esteja próxima ao último ano de sua vida, taxa que sobe para 30% entre as pessoas hospitalizadas. O número é alarmante: 2 a 4 milhões de pessoas precisam de Cuidados Paliativos agora no Brasil, porém, os serviços especializados estão isolados e concentrados nas regiões mais desenvolvidas, impossibilitando atingir as necessidades e mínima dignidade às pessoas nessa situação de alta vulnerabilidade.