Nenhuma a menos (Ni Una Menos). O grito que ecoa em toda a América Latina lembra a urgência em combater o feminicídio. Há oito anos, o dia 3 de junho se tornou um marco importante dessa luta, quando uma marcha ganhou as ruas de Buenos Aires, na Argentina. O movimento surgiu em protesto pelo assassinato de Chiara Páez, uma jovem de 14 anos morta pelo seu companheiro.
No Brasil, um recorde alarmante de feminicídios foi registrado no ano de 2022, com 1,4 mil assassinatos, de acordo com o Monitor da Violência. A estatística revela que uma mulher foi morta a cada seis horas no país. A América Latina também enfrenta uma realidade preocupante, com pelo menos 4,4 mil mulheres assassinadas em 2021. Nesse contexto, o Brasil se destaca como o quinto país com maiores taxas de mortes motivadas por gênero, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
No estado do Rio Grande do Norte, durante o ano de 2022, foram registrados 16 assassinatos de mulheres, simplesmente por terem nascido mulheres, de acordo com os dados da Polícia Civil do Estado. Um levantamento realizado pela Agência Saiba Mais em maio deste ano revela que, de janeiro a abril de 2023, oito mulheres foram mortas. O resultado representa uma queda de 11,11% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em maio, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, esteve em Natal e anunciou a instalação de duas Casas da Mulher Brasileira (CMB): uma na capital potiguar e outra no município de Mossoró. O objetivo é facilitar o acesso aos serviços especializados para garantir condições de enfrentamento à violência, o empoderamento da mulher e sua autonomia econômica.
Canais de denúncia
Além dos serviços de atendimento telefônico, através do número 180, no Rio Grande do Norte existem as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs). Essas unidades são responsáveis por realizar ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes de violência doméstica e violência sexual contra as mulheres.
Em Natal, capital do estado, existem duas unidades da DEAM, sendo uma que atende as zonas Leste, Oeste e Sul (ZLOS), localizada na Rua Nossa Senhora de Candelária, 3401, bairro de Candelária. Há também uma instalação temporária no antigo prédio da DHPP, na Avenida Capitão-Mor Gouveia, 1339, bairro de Nossa Senhora de Nazaré. Os telefones de contato são: (84) 98135-8077 para a unidade da ZLOS e (84) 98135-6792 para a unidade da Zona Norte.
Além disso, há delegacias especializadas em outras cidades do estado, como Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, Macaíba, Mossoró, Assú, Pau dos Ferros, Nova Cruz, Macau e Caicó. Essas delegacias são espaços específicos para acolher e atender as mulheres vítimas de violência, oferecendo suporte legal, apoio emocional e encaminhamento para outros serviços necessários.
A rede de apoio, composta pelo Ligue 180 e pelas DEAMs, está disponível para garantir a proteção e os direitos das mulheres.