DEMOCRACIA

Filha de guerrilheiro potiguar debate em Recife filme inspirado no relato do pai sobre o Araguaia

 A Fundação Joaquim Nabuco vai exibir O Pastor e o Guerrilheiro, de Jose Eduardo Belmonte, nesta quarta-feira (14), a partir das 19h, na sala Museu, em Recife. Após o filme, haverá um debate com a participação da pesquisadora e jornalista potiguar Jana Sá, filha do líder comunista Glênio Sá, cujo relato sobre a luta armada no Araguaia inspirou o longa.

O Pastor e o Guerrilheiro está em cartaz há cinco semanas no cinema da Fundação.

Com mediação de Luiz Joaquim, quem também participa da conversa é o cientista politico pernambucano Tulio Velho Barreto, diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj.

Repórter da agência SAIBA MAIS, Jana Sá é diretora do documentário Não foi acidente, mataram meu pai, no qual joga luz sobre vários acontecimentos que fazem a família suspeitar de que o acidente de automóvel que matou Glênio, em 26 de julho de 1990, foi forjado pelos militares mesmo 10 anos depois da lei da Anistia.

Homenagem a Glênio no longa O Pastor e o Guerrilheiro

O evento na Fundação Joaquim Nabuco será, na visão da jornalista potiguar, mais uma oportunidade para ampliar o debate sobre uma luta central da sociedade por memória, verdade, justiça e reparação:

 – Fiquei muito feliz com o convite porque se trata de uma luta central da sociedade. E isso num equipamento da maior importância que é a Fundação Joaquim Nabuco, no Recife. Sempre fui muito da opinião que adaptações cinematográficas de livros são o melhor de dois mundos, misturam as narrativas da literatura e os recursos audiovisuais da Sétima arte. São nelas que personagens queridos ganham rosto e as histórias ganham mais alcance. Agora você imagina o que é ver uma história que você cresceu ouvindo em sua casa inspirar uma produção dessa, né ? Mais do que isso: poder ganhar um alcance inimaginável a partir de um olhar de milhares de pessoas que vão ter acesso ao filme, avalia.

O evento na Fundaj, segundo Jana, vai permitir também aprofundar um debate sobre histórias que aparecem no filme, mas não de forma detalhada:

– Na pratica é mais uma passo nessa luta por memória, verdade e justiça, mas também mais uma forma de fazer esse debate mais aprofundado que não está no filme, sobre o que representou a Guerrilha do Araguaia. Importante fazer essa relação do passado autoritário com o presente, e reforçar a necessidade do Brasil fazer a Justiça de Transição. Além, é claro, falar um pouco da historia do potiguar Glênio Sá, afirmou.

Jana Sá é filha de Glênio Sá, líder comunista, ex-preso político e único norte-rio-grandense a lutar na Guerrilha do Araguaia
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Jornalista e autor da biografia "O homem da Feiticeira: A história de Carlos Alexandre"