Responsável por 30% de toda a energia eólica produzida no Brasil e com investimentos projetados para o desenvolvimento de outros tipos de energias renováveis, o Rio Grande do Norte vai ter o deputado Fernando Mineiro (PT) na vice-presidência da comissão especial da Câmara Federal, instalada nesta quinta (31), sobre transição energética e hidrogênio verde.
A comissão, composta 35 titulares e 35 suplentes, vai tratar da transição energética e da produção do hidrogênio verde no Brasil. No caso do RN, o estado atingiu a autossuficiência na produção energética, sendo a eólica responsável por 95% da energia produzida em território potiguar.
“Há um grande debate, atualmente, sobre a construção do Porto-Indústria Verde, que vai impulsionar a produção de energias renováveis no mar, além da exportação de hidrogênio e amônia verde. O debate sobre a transição energética e a produção de hidrogênio verde é fundamental para o futuro não só do nosso país, mas de todo o mundo”, avalia Mineiro.
Um dos objetivos da Comissão Especial de Transição Energética é acompanhar a implementação das medidas que estão sendo adotadas para a transição da energia verde no Brasil, além de promover pesquisas e debates sobre o tema, levantar iniciativas legislativas em tramitação e servir de ponte com as diversas entidades representativas do setor.

“Essa pauta interessa não só a ambientalistas, mas ao conjunto da sociedade, porque as consequências desse fenômeno, entre os quais a desertificação, a alteração do regime das chuvas e a intensificação das secas, impactam a vida de todas as pessoas ao redor do mundo”, alertou Mineiro, que é o único parlamentar da bancada potiguar entre os titulares do colegiado, que será presidido pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).
Em março deste ano, governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), assinou parceria com a empresa Enerfín do Brasil para iniciar um projeto piloto para ampliar o investimento em outras energias renováveis no estado. A empresa já produz energia eólica no RN.
Energia em números
- 94% da matriz elétrica do RN é de fontes renováveis
- O RN é líder nacional na produção de energia eólica há 10 anos
- Mais de 2.800 geradores estão funcionamento no RN
- O RN produz 30,2% de toda a produção eólica no Brasil (24,6 GW)
- Até 2025, serão mais de 3 mil turbinas em atividade
- Energia Eólica Offshore – o RN tem 9 projetos de parques eólicos offshore em processo de licenciamento junto ao IBAMA.
HIDROGÊNIO VERDE
A produção de hidrogênio verde é uma das metas do planejamento do Governo do Estado que planeja estruturar cadeias mais elaboradas de produção de energia limpa. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico elaborou um planejamento com metas até 2032.
O hidrogênio verde dispensa a queima de combustíveis fósseis, como a gasolina, para se transformar em energia e é conseguido a partir de um processo físico-químico (eletrólise) que separa as moléculas de hidrogênio e oxigênio da água. Fontes renováveis de energia solar, eólica ou biomassa são adicionadas ao processo cujo único resíduo gerado é o vapor de água.
Em março, na viagem que fez à Europa, Fátima Bezerra também apresentou um projeto de expansão da matriz energética do RN à empresa EDPR Renováveis, que possui 17 parques eólicos em funcionamento no RN e já tem outros 12 contratados. A empresa – a maior de Portugal da área de energia – tem projetos de eólicas em outros estados do Brasil, mas concentra no RN mais de 70% de seus investimentos. No encontro, também ficou acertada a formação de um grupo de trabalho EDP/Governo do Estado, para estudar a produção comercial do hidrogênio verde aproveitando a estrutura das eólicas já existente.
Em março de 2022, a governadora do Estado autorizou a abertura do plano-mestre e do processo de contratação de estudos ambientais para fins de licenciamento do projeto de construção do porto-indústria e assinou memorando de entendimento com a Vestas do Brasil, para estudos técnicos destinados à implantação do porto-indústria. Pelo projeto, o novo porto será construído em Caiçara do Norte.