Nos próximos 15 dias, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) planeja abrir 20 novos leitos no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, além de outros 15 leitos do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel em 60 dias, para acabar com as filas de pacientes nos corredores à espera de atendimento.
A proposta foi apresentada pela direção da Sesap e aceita pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), que no dia 26 de julho havia entrado com um pedido de cumprimento da sentença que determina a adoção de providências imediatas para o esvaziamento de pacientes internados nos corredores do Walfredo Gurgel. As duas partes aguardam, agora, a homologação do acordo pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN).
Atualmente, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel tem cerca de 20 pacientes em corredores à espera de atendimento, segundo a direção da Sesap. Para dar conta dos novos leitos que serão criados no 5º andar da unidade, será necessária a convocação de mais de 50 profissionais da área da saúde.
De acordo com a titular da Sesap, Lyane Ramalho, a criação de barreiras sanitárias em Parnamirim e Macaíba, para evitar o envio de pacientes da Região Metropolitana de Natal, também está sendo tratada com a Promotoria de Parnamirim.
Com problemas no atendimento em suas unidades de saúde, os municípios que integram a Região Metropolitana da capital estariam enviando casos de baixa complexidade, gerando as filas nos corredores tanto do Walfredo Gurgel, quanto do Deoclécio Marques, que funciona como uma das unidades de retaguarda para cirurgias ortopédicas.
Dados da Sesap apontam que a maior demanda no Walfredo Gurgel vem de casos de queda da própria altura, em sua maioria idosos, com mais de 2,2 mil casos nos seis primeiros meses do ano. Em um a cada três casos, o paciente precisou de internação. O hospital atendeu cerca de 1.475 pacientes de ortopedia por mês, sendo que 44% demandaram internação. Dentre eles, uma média diária de 22 pacientes eram motociclistas acidentados.
Os pacientes que costumavam ser enviados por municípios do interior têm sido atendidos pelas regionais de Mossoró, Caicó, Assu e Pau dos Ferros.
“Esse é um problema crônico, não só da Sesap, que precisa ser resolvido de maneira permanente”, aponta Lyane Ramalho.