Durante o feriado da Independência, nesta quinta-feira (7), a Prefeitura de Natal mandou a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e a Guarda Municipal para retirarem barraqueiros e quiosqueiros que trabalham na Praia da Redinha, na zona Norte de Natal.
A ação é resultado de um despejo ordenado pela Prefeitura para que possa fazer obras de revitalização da orla. Em junho, os últimos quiosques foram retirados oficialmente do local após um acordo indenizatório a 20 comerciantes. Mas, segundo Lucas Arieh Medina, advogado do mandato do vereador Daniel Valença (PT) e que acompanha o caso, a indenização não contemplou os trabalhadores que agora tentam retornar à Redinha.
“A prefeitura, de uma forma muito maliciosa, colocou para as quiosqueiras de início que esse valor recebido por elas seria também uma contrapartida para que não mais ocupassem a praia. A intenção da prefeitura era que ninguém ocupasse a praia com cadeiras durante as obras, sabe-se lá porquê”, diz.
“E aí esse pessoal que ficou de fora do acordo, que não recebe muitas vezes nenhum auxílio, que está ali sobrevivendo com o mínimo da renda dos guarda-sóis, está proibido supostamente por força de um acordo do qual sequer fizeram parte”, relata o advogado.
Com o feriado, esses ambulantes aproveitaram a data para montar barracas e sombreiros. A expectativa era que pudessem ter um lucro maior neste dia, quando o movimento de banhistas e turistas aumenta. De acordo com Medina, o 7 de setembro ainda é a segunda data de maior rentabilidade para os trabalhadores da Redinha.
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As vendas, contudo, foram logo interceptadas pela Guarda e Semurb. Os trabalhadores, sem alternativa de renda, fizeram um protesto e bloquearam a Ponte Newton Navarro com uma faixa escrita “A Redinha pede socorro”.
O vereador Daniel Valença (PT) esteve no local e criticou a ação da Prefeitura. Segundo ele, o Executivo perdeu o prazo para apresentar o plano de ocupação da orla e ainda pediu que uma audiência para discutir o tema fosse suspensa.
“Se a orla ainda não tem plano de ocupação, a culpa é somente da prefeitura de Álvaro Dias que deixa esses entulhos aqui na orla”, afirmou.
Na manhã desta sexta (8), os órgãos da Prefeitura voltaram novamente para possíveis autuações e apreensões. Chegaram às 6h e saíram às 7h30, antes das pessoas armarem as barracas.
A agência Saiba Mais buscou a Semurb para se posicionar, mas a pasta não respondeu.
Obras
Segundo a Prefeitura de Natal, a construção do Complexo Turístico da Redinha vai levar 18 meses para ficar pronta a um custo de R$ 25 milhões. A nova estrutura prevê, dentre outras coisas, a criação de novos acessos ao local, além da abertura de uma rua que ligue o Complexo direto à Ponte Newton Navarro, um deck, nova iluminação, quebra-mar, a construção de 33 novos boxes e sete restaurantes.