Uma comitiva do Rio Grande do Norte presenciou o terremoto de magnitude 6,8 que já deixou 820 mortos no Marrocos, na noite desta sexta-feira (8).
Os quatro brasileiros estão no país africano participando da 10ª Conferência Internacional de Geoparques Mundiais da Unesco, na cidade de Marrakech. A comitiva é composta pelo professor Marcos Nascimento, do Departamento de Geologia da UFRN e coordenador científico do Geoparque Seridó; por Janaína Medeiros, diretora executiva do consórcio público; Matheus Silva, coordenador científico adjunto, e Silas Costa, que é diretor de divulgação. Todos passam bem.
Além dos mortos, já são 672 feridos até a manhã deste sábado (9), segundo o balanço divulgado pelo Ministério do Interior. O terremoto ocorreu por volta das 19h30, horário de Brasília, e 23h30, horário de Marrakech. Segundo Marcos Nascimento, o susto fez com que os brasileiros não conseguissem dormir.
Imagens gravadas por geólogo mostra destruição pós tremores | Vídeo: cedido
“Passamos a noite com o apoio da proprietária do hotel (chamado de riad no Marrocos). Eles nos levaram para fora da Medina, que é a região da cidade antiga de Marrakech, e com isso a gente conseguiu passar essa noite bem, mas sem conseguir dormir. Mas estamos todos bem, graças a Deus”, tranquilizou o docente.
O evento começou na quinta (7) e neste sábado (9) é o último dia. Segundo Nascimento, a conferência não foi encerrada, mas houve algumas mudanças.
“O evento não paralisou totalmente. A gente vai ter algumas atividades hoje, mas são atividades mais corporativas que vão favorecer com que as pessoas se unam, vejam como cada um tá, se ninguém tá com algum problema”, relatou.
Junto a isso, os participantes também devem participar de uma rede de solidariedade para ajudar a população local.
“A gente vai receber várias ambulâncias aqui no evento para doação de sangue. A excursão que ocorreria no domingo e na segunda não vai ocorrer e todo o valor convertido vai ser revertido para a população, para os impactos”, disse.
Em imagens enviadas pelo geólogo à reportagem, é possível perceber a destruição.

“A cidade onde a gente tá, próximo do evento, que é na cidade antiga, tem muita coisa destruída. Muro, casas, carros. Graças a Deus a gente não viu nenhuma situação de vítima, mas realmente são mais de 800 pessoas que faleceram, não só na região de Marrakech mas nas cidades ao redor, e é uma realidade que a gente nunca tinha passado”, contou.
Os representantes potiguares devem sair do Marrocos neste domingo (10), mas ainda fazem uma outra parada em Portugal. Lá, participam de uma visita técnica a dois geoparques mundiais da Unesco, o Geoparque Arouca e o Geoparque Naturtejo. O retorno definitivo para Natal é no próximo sábado, dia 16.