Explorar as memórias de grupos marginalizados e invisíveis que contribuíram para a construção da democracia brasileira. Esse é o objetivo da 17ª edição da Primavera dos Museus, que acontece a partir de 18 de setembro em instituições de todo o país, a partir do questionamento de onde estão representados indígenas, pessoas LGBT+ e quilombolas nos museus, acervos e exposições. No Rio Grande do Norte, o Museu Câmara Cascudo se junta à essa celebração com uma programação agendada de 19 a 23 de setembro, que inclui o lançamento de uma nova exposição, atividades culturais, mediações especiais e atividades ao ar livre no Parque do Museu.
A programação destaca a inauguração da exposição “RN é Terra Indígena”, composta por acervos das áreas de Etnologia e Arqueologia do Museu Câmara Cascudo, em colaboração com a pesquisadora Jussara Galhardo e representantes de comunidades indígenas do estado. A exposição busca traçar um caminho das memórias da aculturação ao autorreconhecimento dos povos que habitam o território.
Além disso, a cultura Ballroom ganha destaque com uma oficina de vogue, proporcionando um espaço para a população LGBT+ no Museu, celebrando a diversidade de gênero, sexualidade e raça como um movimento político. A Batalha do Coliseu, geralmente realizada no Campus da UFRN, se muda para o Parque do Museu, trazendo toda a poesia do hip hop.
A Irmandade dos Negros do Rosário, da comunidade quilombola Boa Vista em Parelhas e de Jardim do Seridó, também terá participação ativa na programação, incluindo uma roda de conversas, um cortejo e o lançamento do documentário realizado em 1963 por Veríssimo de Melo e equipes do Museu Câmara Cascudo. Esse documento histórico, recuperado no ano passado nos arquivos do MCC, foi digitalizado em parceria com as irmandades.
A Primavera dos Museus no MCC oferece ainda sessões do Planetário Barca dos Céus, massagens relaxantes da Escola de Saúde da UFRN, doação de mudas, feira multicultural, bem como oficinas de pintura corporal, etnobotânica afro-indígena e compostagem, além de visitas ao Orquidário e ao Jardim Sensorial.
Este período também inclui espaços de formação para mediadores e funcionários do Museu, abordando temas como diversidade, acessibilidade e inclusão, incluindo um dia de interação com os caciques Luiz Katu e Francisca Tapará, como parte da preparação para a exposição “RN é Terra Indígena”.
A programação completa estará disponível nos próximos dias no site www.mcc.ufrn.br e no perfil www.instagram.com/mccufrn. A chamada pública para patrocinadores interessados no evento já está disponível no site do Museu.