CIDADANIA

RN tem maior taxa de população ocupada dos últimos dez anos

Avenida Rio Branco com Edifício Ducal ao fundo, no bairro da Cidade Alta

Em 2022, o Rio Grande do Norte alcançou a maior média de população ocupada com 1,4 milhão de trabalhadores no mercado formal ou informal, segundo a  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022 divulgada nesta sexta (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número é 5,5% maior em relação a 2019 (1,32 milhão de pessoas) e 8,9% frente a 2012 (1,24 milhão de pessoas). Também houve aumento de 4,8%, no número de pessoas em idade de trabalhar, estimada em 2,9 milhões de pessoas em 2022. Essa tendência de aumento do número de pessoas em idade de trabalhar e ocupadas também se repete na média do país.

Comércio e setor público

As atividades do comércio (20,4%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (19,9%), foram as que mais absorveram trabalhadores desde 2012. Porém, a primeira apresentou uma queda de 10% e a segunda, um aumento de 8,7% em 10 anos.

Os setores de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, outros serviços e alojamento, além de alimentação, foram os que mais tiveram acréscimo entre 2012 e 2022, com 40%, 39,5% e 34,7% de aumento, respectivamente.

A mudança na indústria

Já a indústria, que chegou a ser a terceira atividade que mais absorvia mão de obra em 2012, teve uma queda de 22,8% em 2022.

No entanto, é importante lembrar que nos seis primeiros meses deste ano, o RN teve a maior alta de produção industrial do Brasil quando é feito o comparativo entre os seis primeiros meses de 2023 com o mesmo período de 2022, num acumulado de 9,8%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM – PF), divulgada ontem pelo IBGE.

O desempenho veio, principalmente, da indústria de transformação, que teve alta de 102,9% em relação a julho de 2022/2023, alcançando um acumulado no ano de 18,8%. Os índices foram os maiores do país entre os locais pesquisados. As altas vieram, especificamente, das atividades de coque (combustível derivado do carvão), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel).

De maneira geral, em 2022, as atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foram as que mais cresceram (22,6%) no comparativo com 2019, seguida de alojamento e alimentação (6,4%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5.3%).

A indústria também apresentou queda se comparada a 2019 (8,3%), mas foi transporte, armazenagem e correio que apresentaram a maior queda na participação de pessoas ocupadas (27,3%).

Refinaria Clara Camarão, em Guamaré. | Foto: Reprodução/Petrobras

Empregados menos sindicalizados

Nos últimos anos, o número de trabalhadores sindicalizados no Rio Grande do Norte segue uma tendência de queda. Em 2012, o universo de pessoas ocupadas sindicalizadas era de 17,1% em relação ao total de ocupados. Já em 2019, esse número cai para 12,5% e para 9,4% em 2022, ficando abaixo da média do Nordeste (10,8%) que, junto com o Sul (11%), são as regiões com maior índice de pessoas ocupadas sindicalizadas. Os menores percentuais são das regiões Norte (7,7%) e a Centro-Oeste (7,6%).

No Brasil, a média de trabalhadores ocupados sindicalizados é de 9,2%. Entre os estados, o Piauí possui o maior percentual de sindicalização do país com 18,8% de pessoas ocupadas sindicalizadas e o Amapá o menor percentual, com 4%. O Rio Grande do Norte ficou na 11ª posição em 2022, mas já esteve na 9ª em 2012, com 12,5% de pessoas ocupadas sindicalizadas.

Patrões menos associados

Enquanto em 2012 o Rio Grande do Norte tinha 70,9% dos empregadores registrados em empreendimentos com CNPJ, em 2019 esse número subiu para 71,1% e para 75,6% em 2022.

Já em relação aos trabalhadores autônomos, o número de registrados caiu de 17,5% em 2012 para 16,4% em 2019, apresentando uma ligeira alta em 2022, chegando a 17,3%.

Os analistas do IBGE apontam que a maioria das pessoas ocupadas nos dois grupos, com registro, era formada por homens, 66,9% (71 mil). Embora houvesse predomínio do contingente masculino entres empregadores e trabalhadores por conta própria, o percentual de pessoas com registro no CNPJ para categoria conta própria era um pouco maior entre as mulheres (18%) do que entre os homens (16,9%).

A pesquisa

A PNAD Contínua é feita por amostras em que um mesmo domicílio é visitado uma vez por trimestre, durante cinco trimestres. Um outro conjunto de informações sobre força de trabalho, de caráter mais estrutural, e que, diferentemente das informações utilizadas para o monitoramento conjuntural, também são investigadas, mas apenas na primeira visita ao domicílio selecionado para responder à pesquisa. Na pesquisa agora divulgada, estão disponíveis os seguintes indicadores: associação a sindicato; associação a cooperativa de trabalho e produção, entre outros.

Para os anos de 2020 e 2021, não houve a disponibilização de dados da pesquisa sobre esse tema, uma vez que, em decorrência da pandemia da COVID-19, a redução da taxa de resposta da PNAD Contínua nos referidos anos trouxe dificuldades para a mensuração de alguns indicadores dos módulos temáticos coletados exclusivamente na primeira visita. Portanto, a série de indicadores compreende os anos de 2012 a 2019 e 2022.

Os resultados divulgados incorporam a reponderação da PNAD Contínua ocorrida em 2021, a qual considera os totais populacionais por sexo e grupos etários estimados para o Brasil, segundo os dados das Projeções da População do Brasil e Unidades da Federação, Revisão 2018, também calculadas pelo IBGE.

Clique para ajudar a Agência Saiba Mais Clique para ajudar a Agência Saiba Mais
Previous ArticleNext Article