RN tem idade média de 34 anos e população mais velha em crescimento
Natal, RN 1 de dez 2023

RN tem idade média de 34 anos e população mais velha em crescimento

27 de outubro de 2023
5min
RN tem idade média de 34 anos e população mais velha em crescimento
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Entre 2010 e 2022, a idade média dos potiguares passou de 28 para 34 anos, segundo os dados divulgados nesta sexta (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir do Censo 2022.

No Nordeste, além do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Piauí também alcançaram a idade média de 34 anos em 2022, ficando à frente dos estados de Alagoas (33 anos), Sergipe (33), Ceará (33) e Maranhão (30).

Na região, apenas a Bahia alcançou a média nacional, que nos últimos doze anos aumentou seis anos, passando de 29 para 35 anos.  

De maneira geral, a população brasileira e do Rio Grande do Norte passa por um processo de envelhecimento. Os dados apontam para mais de 10% da população da população acima dos 65 anos. É um processo de transição demográfica dos últimos 40 anos com redução da mortalidade, mesmo que de forma desigual na população, associada à queda da fecundidade, o que faz com que a base da pirâmide etária tenha um estreitamento e alargamento da população mais experiente”, avalia Hugo Morais, professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Para os próximos anos, a mudança no perfil demográfico vai exigir mais políticas públicas na área da previdência e um maior investimento no SUS, que vai passar a sofrer maior pressão e demanda por atendimento.

Isso se reflete sob dois aspectos. O primeiro é a alteração na taxa de ocupação. Se a população está mais velha, acima dos 65, e há queda de fecundidade, a idade ativa tende a diminuir, o processo de produção será menor, o que afetará a previdência e saúde. Com um maior envelhecimento, a tendência é pressionar o sistema previdenciário, daí que nas últimas gestões houve aquela preocupação em acertar gatilhos da previdência, alongando o tempo de trabalho. Associado a isso, temos a pressão no sistema de saúde, o que é um problema num país desigual, que não consegue acompanhar esse processo, se não tiver um maior investimento”, pontua Hugo Morais.

No Rio Grande do Norte, a maior faixa etária é de pessoas entre 35 e 39 anos (270 mil). Em Natal, dois picos se destacam na pirâmide etária: o do grupo de 12.430 pessoas com 22 anos e os 13.329 habitantes com 40 anos de idade.

Depois da capital, as duas maiores cidades do estado apresentam picos numa faixa etária um pouco mais avançada. Em Parnamirim, há um maior número de pessoas na faixa dos 35 anos (4.663) e 40 anos (4.783). A média se repete em Mossoró, onde os maiores picos também são de pessoas com 35 anos (4.823) e com 40 anos (5.176).

“Temos os dois lados, o positivo e o negativo. É bom conseguir envelhecer, mas é preciso analisar como está se dando esse processo, se com qualidade de vida, e como isso afeta o sistema de previdência e saúde. O Brasil tem uma realidade muito desigual e algumas classes sofrerão mais. Com mais gente precisando do Sistema Único de Saúde [SUS], se não houver mais investimento e um olhar mais carinhoso do estado, há uma tendência de agravamento dos problemas que já existem”, alerta o professor do Departamento de Geografia, sobre as filas por atendimento e superlotação de hospitais.

Perda de população

Mulher anda pelo centro de Natal I Foto: Mirella Lopes

Em junho, o IBGE havia divulgado que Natal era a 7ª cidade do país que mais havia perdido população entre 2010 e 2022, passando de 803.739 para 751.300 habitantes. 

Além de Natal, outros 78 municípios no Rio Grande do Norte também tiveram queda no número de habitantes. Em oito cidades, a redução foi de mais de 1000 pessoas, como em Macau, Caicó, Poço Branco, Currais Novos, Canguaretama, São José do Campestre, Areia Branca, Nova Cruz e Pendências.

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