“A melhor resistência agora é apoiar a candidatura de Lula”, diz Jean Wyllys em live com vereadora natalense
Natal, RN 23 de abr 2024

“A melhor resistência agora é apoiar a candidatura de Lula”, diz Jean Wyllys em live com vereadora natalense

18 de maio de 2021
“A melhor resistência agora é apoiar a candidatura de Lula”, diz Jean Wyllys em live com vereadora natalense

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O jornalista, professor e ex-deputado federal pelo PSOL, Jean Wyllys, participou, nesta segunda-feira, da abertura da Semana de Cidadania LGBT de Natal, por vídeo-chamada com a vereadora natalense Divaneide Basílio (PT). Durante a conversa veiculada no perfil do Instagram da parlamentar, o político que renunciou ao mandato federal e se auto-exilou na Europa fez uma avaliação do cenário atual brasileiro, falou sobre os mandados que exerceu no Congresso, os ataques sofridos e argumentou que o bolsonarismo atua de forma semelhante a uma seita política e religiosa.

"O bolsonarismo é uma seita. Uma seita com aspectos religiosos, porque tem essa coisa das igrejas neopentecostais, e uma seita política baseada na ignorância. Os bolsonaristas gostam de ser ignorantes", defendeu.

De acordo com o jornalista, o movimento de apoio ao atual presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) tem características de movimentos de grupo pouco questionadores.

O ex-deputado e a vereadora discutiram a importância da representação deles nos parlamentos. Ele, enquanto homem gay que apoia pautas interseccionais e Divaneide como mulher negra, moradora da Zona Norte de Natal, também com mandato voltado a um projeto progressistas em diversas frentes.

"Não era uma agenda LGBT. O meu mandato era plural, interseccional, que atuava em muitas frentes. Desde a defesa das fontes de água doce, como um recurso fundamental e direito humano, até no outro extremo, o direito à comunicação, a democratização da comunicação", lembrou o professor natural da Bahia.

Em 24 janeiro de 2019, após sair vitorioso das eleições em 2018 e garantir terceiro mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro, Jean anunciou que desistiria de assumir o cargo e deixaria de viver no Brasil, dedicando-se a carreira acadêmica. Desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, Jean vive sob escolta policial.

Na live, Wyllys contou que passou a sofrer ataques principalmente após o movimento que levou ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Mesmo fazendo uma oposição à esquerda ao governo da petista, o ex-parlamentar foi contrário ao golpe que destituiu Rousseff da chefia do executivo nacional. Como ele ganhava visibilidade mundial, acabou sendo alvo de ataques da direita e extrema direita, contextualiza.

“Muita gente aproveitou as mentiras para botar pra fora o incomodo que elas já tinham com a minha presença no parlamento”, disse.

Jean também falou sobre o estranhamento que causava ao escolher comissões na Câmara que fugissem de temas mais ligados ao que poderia corresponder a representação dele.

"Eu sou um homem gay, mas não vou ficar onde a sociedade heteronormativa acha que eu devo ficar. O meu lugar é qualquer lugar. Eu não vou falar só de LGBT porque eles querem me colocar esse rótulo. Eu falo do que eu quero. Por isso, estou falando da grande política, dos temas econômicos, meu tema agora é o da desinformação e das fake News, no meu doutorado em direito e ciência política. Como assim, essa cara, ex-BBB (ex-participante do Big Brother Brasil), chega na política e vai fazer parte da comissão de finanças e tributação? Se os filhos das oligarquias do Sudeste ou do Nordeste, que nunca deram uma prego numa barra de sabão, que são uns inúteis, parasitas, eleitos por causa do nome dos pais, escolhem a comissão que querem estar, porque eu não vou escolher a comissão que eu quero?", questiona.

Do lado de cá, a vereadora natalense também narra experiências vividas enquanto parlamentar na Câmara.

"Entrei e, quando me dei conta, era a única mulher negra ocupando aquele espaço. E aí eu me dei conta do quanto era importante ocupar aquele espaço com minha identidade", disse. "Já levei grito, já ouvi palavras de baixo calão, já fui barrada na porta”, lembra Divaneide sobre a trajetória nos mandatos na Câmara Municipal de Natal.

Lula

Finalmente, o ex-deputado afirmou que há diversos movimentos de resistência civil organizada e nos poderes do país e defendeu a candidatura do ex-presidente Lula (PT) em 2022 como a melhor alternativa para a mudança nos rumos políticos do país.

"A melhor resistência que podemos ter agora é apoiar a candidatura de Lula. É Lula que tem a chance de derrotar, eleitoralmente, essa desgraça. O Lula que tem todas as intenções de voto para derrotar o fascismo. Então, é apoiar a candidatura dele e promover uma legislatura com toda essa agenda do século 21", argumentou.

A live com Jean Wyllys deu início à Semana de Cidadania LGBT. A agenda é fruto de lei municipal de 2017, de autoria da ex-vereadora e atual deputada federal Natália Bonavides (PT) e do vereador Dickson Nasser Júnior (PSDB). A iniciativa está inserida no Calendário Oficial de Eventos do Município e deve ser realizada anualmente na terceira semana do mês de maio de cada ano.

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