Médico de Natal é acusado por ex-companheira de descumprir acordo e sequestrar própria filha
Natal, RN 25 de abr 2024

Médico de Natal é acusado por ex-companheira de descumprir acordo e sequestrar própria filha

5 de fevereiro de 2021
Médico de Natal é acusado por ex-companheira de descumprir acordo e sequestrar própria filha

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A artista e terapeuta holística Juliana Iyafemi tem vivido momentos angustiantes sem notícias da filha de quatro anos de idade. O pai da criança, o médico e psicólogo Felipe Serquiz Elias Pinheiro, conhecido como Felipe Potigua, passaria dois dias com a menina, mas está há mais de uma semana foragido, sem permitir que haja contato entre as duas.

A mãe já procurou a polícia, o conselho tutelar e até a OAB para denunciar também os advogados (irmão e cunhada de Felipe), pelo modo como têm atuado na defesa. Há um mandado de busca e apreensão da criança, expedido pela juíza Daniella Simonetti em 29 de janeiro.

Felipe Serquiz descumpre a ordem judicial e segue se recusando a devolver a garota. A data combinada era 25 de janeiro. Inicialmente ele informou à mãe, por meio de advogada, que não a entregaria em razão de doença dermatológica. Depois alegou que estava com medo de não voltar a vê-la.

Amigos da vítima estão divulgando imagem de Felipe pedindo que se alguém tiver informações sobre o seu paradeiro, informe à advogada de Juliana, Sanzia Melgão, pelo telefone (84) 9834-2966.

Juliana conta que na segunda-feira (1º) recebeu uma informação preocupante.

“Tive notícia que foi visto de manhã com muitas malas, com uma mulher e minha filha”, disse, demonstrando muita preocupação, já que ele tem sido agressivo.

A artista tem medida protetiva contra o ex-companheiro desde o início de dezembro de 2020, quando também conseguiu o direito à pensão alimentícia. O casal ficou junto por cinco anos, apesar das brigas. Ela narra que ele chegava ao ponto de trancá-la em casa. “Dei queixas, mas sempre fiquei pra ver se a família dava certo”, lamenta.

Mineira, a mulher se mudou para o Rio Grande do Norte por causa da união. Após o fim do relacionamento, há dois anos, decidiu permanecer no estado para que a filha crescesse perto do pai. Na versão de Juliana, eles nunca tiveram regulamentação de guarda porque conseguiam manter o contato mínimo necessário para a criação da menina. Felipe costumava passar finais de semana com ela.

“Ele buscava na sexta ou sábado de manhã e ela voltava na segunda. Mas ele sempre atrasava e chegava na minha casa sem avisar, atrapalhando minha rotina e invadindo minha privacidade”, Juliana relata, ao lembrar que a partir de então começou a exigir que ele chamasse no portão da casa e entrasse apenas com autorização.

Em março de 2020, ela comunicou que estava pensando em se mudar a trabalho para a Bahia e a notícia não foi bem recebida. Por sua vez, ela disse ter tentado apresentar alternativas para amenizar a distância, com contato e visitas, incluindo lugar para que pai e filha passassem finais de semana juntos após a mudança.

Segundo a vítima, ao conseguir medida protetiva, em dezembro passado, o irmão e advogado, Fabrício Serquiz, tentou invadir a casa em que Juliana morava com a criança, batendo na porta violentamente. Depois disso, o pai conseguiu mandado na Justiça para passar Natal e Réveillon com menina.

Por intermédio de outra advogada, a cunhada Priscilla Mesquita, combinaram um final de semana da garota com a família paterna. Juliana acusa a esposa de Fabrício de jogar o carro para cima dela na rua quando foi deixar a criança na casa da avó.

E segundo ela, esse não foi o primeiro atentado que a família Serquiz Pinheiro cometeu contra ela, porque Felipe já havia tentado bater com o carro contra o dela enquanto dirigia.

“Um dia eu estava saindo de Barra do Cunhaú e ele apareceu na estrada”, disse, salientando que foi a primeira vez que Felipe a viu acompanhada de outra pessoa.

As intimidações dele e da família não pararam por aí, de acordo com Juliana, e envolve racismo e discriminação religiosa.

“Eu e minha filha somos do Candomblé. Em nosso terreiro a gente aprende mais do que acreditar em Deus através dos Orixás, a gente aprende a conviver. Aprende sobre música, dança, cozinhar”, contou, ao se queixar de ter ouvido muitas manifestações de preconceito da família, até mesmo com relação ao cabelo da filha, que é crespo.

Felipe recorreu ainda à Lei da Alienação Parental, alegando que a genitora era quem estava dificultando o relacionamento dele com a criança. A denúncia não foi acatada.

A Agência Saiba Mais tentou contato com os dois advogados de Felipe Serquiz. Priscila Mesquita deu retorno na tarde da quinta-feira (4), mas não se dispôs a falar a versão da família, alegando que casos que envolvem processos de família são sigilosos e devem ficar entre as partes e seus advogados.

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