O que a bola de cristal do futuro dirá sobre a Natal de 2020
Natal, RN 25 de abr 2024

O que a bola de cristal do futuro dirá sobre a Natal de 2020

28 de dezembro de 2020

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Na véspera do Natal, o economista e professor da UFRN Wellington Duarte jogou nas mãos dos cientistas políticos a responsabilidade por desvendar, no futuro, o que representou Jair Bolsonaro e o vírus neofascista entranhado no país desde as famigeradas eleições de 2018.

Trazendo para a nossa aldeia, aciono a bola de cristal e peço ajuda aos professores e pesquisadores universitários para entender o que se sucedeu em Natalópolis (apud Adriano de Sousa) na (des) graça do ano que finda daqui a 3 dias.

Algumas revelações já estão bastante claras, por óbvio. Não há dúvidas, por exemplo, de que os cientistas e analistas políticos vão lembrar de 2020 no futuro como o ano em que uma eleição municipal foi conquistada no 1º turno por um médico que usou o cargo, no exercício do mandato, para mentir e enganar a população, colocando em risco a saúde e a vida de milhares de pessoas.

Haverão de lembrar também que a imprensa foi cúmplice do médico mentiroso por obra, graça e milagre de polpudas verbas publicitárias. E por falar em cumplicidade, daqui a alguns anos estudiosos que contarão a história de 2020 não vão esquecer a conivência das principais entidades médicas – o Sindicato e a Associação – que referendaram como solução para uma pandemia um remédio que mata piolho e que, usado no combate a covid-19, não é recomendado pelas principais  organizações de saúde do mundo, sempre amparadas na ciência e em estudos sérios.

Aliás, o comitê científico municipal de Natal terá um destaque no cantinho do pensamento do futuro. Será uma tarefa digna do mágico ilusionista David Coperfield entender porquê médicos conceituados na sociedade natalense decidiram jogar na lama uma credibilidade amealhada em décadas colocando em risco a vida de milhares de pessoas. Seria 2020, o ano do juramento de hipócritas ? Isso minha bola de cristal ainda não diz.

E se conivência fez parte do dicionário médico e político natalense em 2020, oportunismo também teve cadeira cativa em consultórios e gabinetes. Daqui a algumas décadas, ou talvez em menos tempo, é assim que será lembrado um casal de médicos-charlatões que, juntos, usaram os cargos e a ingerência no meio evangélico conservador para vender o milagre do remédio que não cura por um lugar no céu de mais um mandato.

Talvez não precisemos ir muito longe para entender que ao estimular que a população afrouxasse o distanciamento social,  permitindo o aumento dos índices de pessoas infectadas e mortes pela covid-19, o prefeito médico mentiroso, a imprensa cúmplice, o casal de charlatões, as entidades coniventes e os especialistas do comitê que subverteram o juramento da faculdade serão julgados num futuro próximo.

Não há mentira que dure para sempre.

E as bolas de cristal não erram.

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