Paulo Guedes chama Rogério Marinho de “despreparado” e “desleal”
Natal, RN 19 de abr 2024

Paulo Guedes chama Rogério Marinho de “despreparado” e “desleal”

25 de abril de 2020
Paulo Guedes chama Rogério Marinho de “despreparado” e “desleal”

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O ministro da Economia Paulo Guedes só conversa com o ex-pupilo e o atual titular da pasta do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho na presença de outros colegas.

O “climão” entre os dois ministros do governo Bolsonaro está instalado e vazou nesta sexta-feira (24) após o presidente da República se pronunciar sobre as denúncias contra ele feitas pelo agora ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.

De acordo com o portal Poder 360, uma conversa ríspida entre Guedes e Marinho foi presenciada por outros ministros do governo antes da fala de Bolsonaro. Na discussão, o ministro da Economia chamou o ex-deputado federal potiguar de “despreparado” e “desleal”.

Leia o diálogo:

MarinhoNós precisamos conversar.

GuedesEu não converso com você privadamente. Só converso com você na frente de outros ministros, porque você é desleal.

Marinho Você acha que só você entende de economia.

Guedes Entendo mais do que você. Você é despreparado.

A rusga entre Paulo Guedes e Rogério Marinho tem como foco a criação do chamado plano Pro-Brasil, rebatizado nos bastidores de "plano Marshall", projeto de retomada da economia através de investimentos públicos em infraestrutura no país.

O tal plano, ainda não detalhado, está sendo alavancado pela Casa Civil, sob a batuta do general Braga Netto. Porém, segundo o Portal 360, quem vem costurando o apoio ao projeto, inclusive ligando para os militares, é o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho, à revelia de Paulo Guedes, que já taxou o plano de “novo PAC da Dilma”.

Investimentos públicos para a retomada da Economia vai de encontro ao pensamento liberal de Paulo Guedes, que defende menos Estado e mais poder ao mercado.

O ministro da Economia é o fiador da chegada de Rogério Marinho ao governo Bolsonaro e, por isso, se sentiu traído ao saber que o tucano agia pelas costas, ajudando a esvaziar poderes do ministério da Economia.

Histórico recente

Derrotado nas eleições de 2018, quando amargou o 12º lugar entre os candidatos do Rio Grande do Norte mais votados para a Câmara Federal, mesmo realizando a segunda campanha mais cara da disputa – custos declarados de R$ 1,8 milhão contra R$ 2,2 milhões de João Maia, eleito – Marinho recebeu o convite ainda em dezembro de 2018 para coordenar a elaboração do projeto de Reforma da Previdência do governo Federal e ganhou o cargo de secretario de Especial de Previdência e Trabalho, ligado ao super Ministério da Economia.

Com a aprovação da proposta, mesmo mutilada no Congresso Nacional, Marinho aumentou o cacife e, em meio a uma das crises políticas do governo, foi nomeado por Bolsonaro em fevereiro para o ministério do Desenvolvimento Regional.

Marinho também vive às voltas com inquéritos e denúncias que correm contra ele na Justiça. Sem foro privilegiado, a maioria dos processos desceram do Supremo Tribunal Federal para instâncias no Rio Grande do Norte. Há pelos cinco inquéritos que tem o ministro potiguar como alvo: três na Justiça estadual (inq. 3026, inq.4474 e inq. 4484) e dois na Justiça federal (inq 3386 e inq. 4168) do Rio Grande do Norte. As acusações vão de corrupção passiva, ativa, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica.

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