Samuray na ciência: potiguar é destaque internacional por pesquisa sobre internet quântica
Natal, RN 19 de abr 2024

Samuray na ciência: potiguar é destaque internacional por pesquisa sobre internet quântica

31 de julho de 2020
Samuray na ciência: potiguar é destaque internacional por pesquisa sobre internet quântica

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A pesquisadora do Departamento de Física da UFRN Samuraí Brito está debruçada sobre um estudo inédito que propõe o primeiro modelo de redes para a internet quântica, o que mudaria a estrutura atual como a internet é concebida. O estudo foi capa recentemente da “Physical Review Letters”, uma das publicações na área mais importantes do mundo.

A pesquisa e a trajetória profissional da potiguar foram destaque na edição de quarta-feira (29), do jornal Folha de S.Paulo, durante a campanha #CientistaTrabalhando, que celebrou ao longo do mês o Dia Nacional da Ciência, comemorado dia 8 de julho.

Na segunda fase da pesquisa, já em curso, Samuraí e a equipe que atua ao lado dela pesquisam uma solução alternativa para operar a internet do futuro com satélites de emaranhamento quântico. A internet quântica, pontua o texto, garantiria a segurança absoluta na troca de informações:

- A internet quântica ainda não existe, mas é questão de tempo. Por ora, graças a uma mulher, brasileira, nordestina, descobrimos que as fibras óticas que hoje suportam a internet não darão conta da comunicação quântica em escala global”, diz o jornal.

Além citar o estudo inédito da cientista potiguar, a reportagem traça um perfil de Samuray Gomes de Aguiar Brito. O nome tem origem indígena e significa “fruta doce”. O avô paterno da pesquisadora era descendente de índio, mas foi avó quem escolheu o nome da neta após um sonho.

O ensino fundamental e médio foi realizado em escolas públicas e a ascensão na UFRN foi permeada por preconceitos machistas. A começar pelo desequilíbrio de gênero ainda na graduação. Samuraí era uma das cinco garotas de 50 estudantes da turma. A gravidez durante o curso também surgiu como uma barreira:

“Alguns professores falaram que eu deveria largar a física, como se não pudesse ser mãe e fazer ciência ao mesmo tempo. Não ouvi de ninguém ‘não desista’. Sumi por dois anos e quando voltei não era mais ninguém ali”, contou.

Foi reprovada no Mestrado mesmo com notas melhores que os concorrentes selecionados. Atrás da explicação, ouviu do coordenador do curso que não tinha explicação. Partiu para o bacharelado, tirou nota máxima em todas as disciplinas.

Como física quântica era pré-requisito para ser admitida no mestrado, solicitou vaga como ouvinte e se destacou:

“No final do semestre, um professor me perguntou: ‘Você é casada? Tem filhos? Não estou entendendo suas notas. Não esperava esse rendimento’.”

Resultado: foi convidada a ingressar no Mestrado e a única a tirar nota A em todas as disciplinas. Ganhou a melhor bolsa do CNPq e passou em 1º lugar no Doutorado.

Samuraí integra no pós-doutorado o grupo do físico e pesquisador Rafael Chaves no Instituto Internacional de Física, em Natal (RN). E avança na segunda fase do estudo sobre a internet quântica.

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