Trabalhadores do Suas reivindicam melhores condições de trabalho com plano de cargos e salários
A política de assistência social prega que os serviços devem ser oferecidos de forma continuada, para que haja vínculo entre o servidor e a população. De acordo com a assistente social Eliane Silva, também por essa razão, a carreira exige valorização dos servidores.
Eliane é sindicalista, líder do Coletivo Somos de Luta e servidora pública da Prefeitura do Natal. Entrevistada do Programa Balbúrdia nesta sexta-feira (24), falou sobre a construção da carreira Suas no município.
“Já pensou uma pessoa que procura o CRAS ou o CREAS e já vem trazendo uma situação de rompimento de vínculo, uma situação já dolorosa na família ou na comunidade e ele ter que relatar isso várias vezes devido à rotatividade de servidores por terem o vínculo precarizado com a instituição que ele trabalha?”, questiona, ao explicar a importância da formulação de um plano de cargos, carreiras e salários.
Ela destaca que a reivindicação dos profissionais do Sistema Único de Assistência Social (Suas) é para todos os âmbitos, federal, estadual e municipal e lembra que em Natal foi criado o Plano Geral dos servidores em 1998.
Entretanto, essa legislação sinaliza que as categorias busquem implantar seus planos específicos. Dessa forma fizeram os agentes de mobilidade urbana, os servidores da Saúde e os guardas municipais, ela cita.
“Em 2006 houve um concurso e poucos servidores permaneceram na Secretaria (municipal) por causa da precariedade de salários, a precariedade nos vínculos, as condições de trabalho. Não havia como caminhar de uma forma mais contundente pra buscar a implementação dessa carreira”, contou Eliane Silva, destacando a atuação do Sindicato dos Servidores Municipais.
Até aqui muita coisa mudou para que seja consolidado o plano. Os trabalhadores construíram uma minuta de projeto de lei para apreciação da Câmara Municipal, vários debates aconteceram e foi implantada uma comissão dos servidores com a administração pública.
De acordo com Eliane, a categoria está há sete anos sem reajuste salarial e isso faz com que profissionais migrem para outros municípios e outros estados.
“Choca saber que colegas nossos pediram exoneração para trabalhar com CLT. A visão de alguns é que tá muito melhor trabalhar no comércio por exemplo do que ser servidor e lutar para melhorar seu salário”.
São cerca de mil assistentes sociais efetivos, mas esse número tem reduzido cada vez mais e isso prejudica a qualidade do atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade.
Confira a entrevista:
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