Trabalhadores intensificam campanha pela permanência da Petrobras no Nordeste
Natal, RN 24 de abr 2024

Trabalhadores intensificam campanha pela permanência da Petrobras no Nordeste

30 de julho de 2020
Trabalhadores intensificam campanha pela permanência da Petrobras no Nordeste

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Por Deivison Mendes

Petroleiros e petroleiras dos nove estados nordestinos reforçam nesta sexta-feira (31), a campanha #PetrobrasFicaNoNordeste em defesa da permanência da estatal na região. Um ato político virtual vai reunir trabalhadores, representantes de sindicatos, entidades e associações, além de políticos que defendem a pauta. Haverá ações em todos os estados.

No Rio Grande do Norte, o Sindicato dos Petroleiros fará uma extensa programação que começa às 7h, com bate-papo ao vivo no Café Sindical, transmitido pelas redes sociais da entidade. O programa vai orientar a população a subir a hashtag #PetrobrasFicaNoNordeste. A iniciativa busca tornar o ato um dos assuntos mais comentados do twitter e mobilizar ainda mais pessoas para defender a permanência da Petrobrás no Nordeste e no Rio Grande do Norte com mais investimentos no setor petróleo.

A programação segue até o ato virtual confirmado para 15h.

Até o momento, já foram confirmadas as participações do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Dayvid Barcelar. Mais de 50 entidades estão apoiando a mobilização pela retomada dos investimentos da Petrobras, entre elas a CTB, CUT, FIERN, UNE, Frente Brasil Popular, Associação dos Engenheiros da Petrobras(AEPET), Associação dos Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania(ADJC), além dos mandatos do senador Jean Paul Prates; da deputada federal Natália Bonavides e dos deputados estaduais Isolda Dantas e Francisco do PT.

A diretoria do SindiPetro-RN também convida a sociedade a usar nas redes sociais a hashtag #PetrobrasFicaNoNordeste e marcar parlamentares e empresários que apoiam a continuidade das atividades da Estatal na região.

A campanha luta pela permanência da Petrobras no Nordeste e critica a política radical adotada pela direção da estatal de hibernação de plataformas, unidades de processamento, paralização de poços e desinvestimentos e, também, a venda de ativos com preços irrisórios

O coordenador interino do SindiPetro/RN Rafael Matos destaca a importância de se formular, juntamente ao segmento político, um projeto de lei que assegure a permanência da Companhia no Estado.

“Temos que convencer a classe política de que é fundamental discutir com a Petrobras que sem a retomada de projetos de investimentos por parte da estatal será impossível alavancar a cadeia produtiva do setor petróleo, inclusive, para que as empresas que estão chegando possam ter condições de alavancar suas atividades no Rio Grande do Norte. Isso pode garantir a geração de empregos, melhoria na arrecadação de tributos e royalties para o Estado, municípios produtores e proprietários de terras produtoras de petróleo e, também, desenvolvimento tecnológico”, ressaltou.

De acordo com Márcio Dias, diretor de Comunicação da entidade, o ato político virtual busca chamar atenção de parlamentares, movimentos sociais, empresários e da sociedade civil em geral sobre os prejuízos e retrocessos que a falta de investimentos pode causar ao povo nordestino.

Há pelo menos 10 anos o SindiPetro-RN vem alertando sobre a ameaça de que a Petrobrás pode encerrar por completo suas atividades na região, o que vai gerar graves consequências políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais. Por esse motivo, é necessário apoio do poder público e da união da sociedade na lutar pela retomada de investimentos da Petrobras no Nordeste, particularmente, no Rio Grande do Norte”, explica o dirigente.

Desinvestimento no RN

De acordo com dados levantados pela diretoria do Sindicato, só no RN a Petrobras demitiu 1.328 funcionários de suas empresas terceirizadas em 2020. Os dados foram registrados entre 1º de janeiro e 10 de junho.

Em janeiro eram 6.032 funcionários terceirizados no Rio Grande do Norte, agora são 4.704. No final de 2018 eram 6.779, o que mostra que o ritmo das demissões aceleraram no Rio Grande do Norte.

Para o diretor licenciado do Sindipetro-RN e da FUP, Pedro Lúcio, o problema não é de hoje.

“É uma tendência que reflete o desinvestimento da estatal no Rio Grande do Norte e no nordeste brasileiro nos últimos dez anos. Em 2011, existiam cerca 2.708 funcionários concursados e 13.151 profissionais terceirizados diretos e mais de 50 mil indiretos prestando serviços nas terras potiguares”, explica o sindicalista.

O petroleiro ainda destaca que a Produção de Barris de Óleo Equivalentes (média por dia) no Estado do Rio Grande do Norte por todas as concessionárias também teve uma redução alarmante. Em 2011, eram produzidos boe/dia, 60.700,70 barris de petróleo. Até abril de 2020 esse número caiu quase pela metade, chegando a marca de 35.911,79.

A redução atingiu diretamente a receita da Petrobrás no Estado. Em 2010 a Companhia investia R$ 1.553,17. Em 2018 esse número chegou a quase 1/3, reduzindo a R$ 546,37.

“É obvio que esse recuo no nível de investimentos não poderia acarretar outra coisa a não ser no declínio da produção e, ao contrário do que a gestão da Petrobras afirma, essa redução não é somente pelo fato dos campos de produção estarem com suas vida avançadas e serem, por isso, considerados ‘campos de produção maduros”, concluiu.

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