‘Moro protegeu Eduardo Cunha e escondeu a verdade sobre o golpe’, ataca Dilma
Natal, RN 18 de abr 2024

'Moro protegeu Eduardo Cunha e escondeu a verdade sobre o golpe', ataca Dilma

14 de agosto de 2019
'Moro protegeu Eduardo Cunha e escondeu a verdade sobre o golpe', ataca Dilma

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Revelações feitas pelo portal Buzzfeed News Brasil, em parceria com o The Intercept, mostram que Sergio Moro orientou a força-tarefa da lava-jato para que não recolhessem o celular do ex-presidente da Câmara dos Deputados e responsável por acatar os ritos do impeachment, em 2016, Eduardo Cunha. Em resposta, a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) emitiu nota na tarde desta terça-feira dizendo que o ex-juiz e atual ministro da Justiça protegeu o deputado federal e então presidente da Câmara, e escondeu a verdade sobre o golpe de 2016.

“O ex-Juiz Moro, atual Ministro de Bolsonaro, se defende atribuindo as divulgações da Vaza Jato à falsificações de hackers. Neste caso particular, os fatos desmentem seus argumentos, mostrando de forma incontroversa sua perseguição ao PT e sua descarada parcialidade. Os telefones celulares de Eduardo Cunha não foram apreendidos, e isto é um fato que não diz respeito a hackers. Independe da Vaza Jato", afirma Dilma.

A ex-presidenta questiona: "A pergunta é: por que o ex-juiz Moro não queria que se revelasse as ignóbeis condições que cercaram o impeachment? Para proteger o governo ilegítimo de Temer? Proteger os cúmplices do golpe? Os financiadores do golpe? Setores da mídia que insuflaram o golpe?”.

Entenda 

A informação foi obtida por meio da análise de diálogos enviados ao site The Intercept Brazil por fonte anônima e foi publicada em parceria com o BuzzFeed News.

Nos diálogos entre Moro e os investigadores ocorreram, no dia 18 de outubro de 2016, o procurador Deltan Dallagnol pediu uma reunião com Sergio Moro para tratar de um pedido de apreensão dos telefones de Eduardo Cunha.

No arquivo não consta nenhuma menção ao que foi discutido na reunião presencial entre o juiz e o procurador.

Em mensagem enviada por Deltan Dallagnol, às 14h16, o procurador acusado de conluio com o atual ministro Moro diz que, após levar em consideração o que foi dito pelo então juiz, a força-tarefa desistiu de pedir apreensão dos celulares.

“Conversamos qui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”, escreveu o procurador. No dia seguinte às conversas entre os dois, 19/10, Eduardo Cunha foi preso em Brasília.

Já detido, Eduardo Cunha questionou agentes da PF sobre se deveria ou não entregar seu aparelho celular e recebeu uma resposta negativa, de acordo seus advogados.

Tanto a força-tarefa da Lava Jato como o Ministério da Justiça declararam que os celulares de Eduardo Cunha já haviam sido apreendidos anteriormente. A alegação se refere ao dia 15 de dezembro de 2015. Na ocasião, Eduardo Cunha teve seu telefone recolhido na operação catilinárias.

O questionamento do BuzzFeed News e do Intercept, no entanto, se refere ao diálogo do dia 18/10 de 2016, dez meses depois da apreensão citada por procuradores e pelo Ministério da Justiça.

Em resposta a reportagem, Moro informou novamente que "não reconhece a autenticidade das mensagens obtidas por meio criminoso", e a força-tarefa da "lava jato" alegou que os celulares de Eduardo Cunha "já tinham sido apreendidos por ordem do Supremo Tribunal Federal."

Eduardo Cunha mantinha em seu telefone conversas com detentores de foro especial. Essa particularidade poderia fazer com que as investigações fossem transferidas da força-tarefa em Curitiba para a PGR.

*Com informações da Revista Fórum e do Buzzfeed News

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