“Teve seu rosto cuspido,
teve seu braço quebrado,
mas quando foi perguntado...”[1]
[1] Vinícius de Moraes. Trecho do poema “O operário em construção”.
O estudante disse: “não!”. E o estudante fez-se forte na sua resolução.
Porque a sua escola, sendo a sua liberdade, não será escravidão. ´
Estudantes do IFRN, em seu dia, 11 de agosto, em protesto contra a famigerada intervenção que leva a instituição em que estudam ao caos, prejudicando-lhes diretamente, foram tratados como bichos ferozes por brucutus da polícia militar. Chamados pelo Interventor do IFRN, Josué Moreira, numa articulação com um comandante da PM, que ainda não sabemos quem, policiais adentraram ilegalmente o prédio da Reitoria, já que a instituição é jurisdição federal, e, ao invés de saber o que acontecia, já abordaram de forma agressiva estudantes que protestavam no espaço.
A versão comprada do interventor foi o argumento de PMs para atuarem, como se, munidos de cartazes, bandeiras e suas vozes, os estudantes fossem os bichos ferozes que poderiam atacá-los a qualquer momento.
Mas o estudante é que teve seu corpo arrastado. Seu celular usurpado. Seus olhos queimados com spray de pimenta.
Enquanto isso, o real bicho feroz, escondido nos corpos de ratos que entraram pela porta dos fundos, banqueteiam-se com status, estrutura e benesses dos cargos e vão corroendo os alicerces centenários da instituição.
“Já podaram seus momentos, desviaram seus destinos”, lembrou-nos Milton em sua canção, ainda no processo de abertura do regime militar. Esses versos saltam com força, agora, em nova forma de autoritarismo em que vivemos.
Estudantes e servidores da educação do IFRN lutam para que seus destinos são sejam desviados. O sorriso às vezes se esconde, mas reabre na esperança que brota da luta, da resistência.
E, nesse 11/08, em que o “Feliz Dia do Estudante” se transformara em terror, reafirmamos: nós vamos à luta com essa juventude que não foge da raia a troco de nada. Nós vamos no bloco dessa mocidade que não cai na saudade e constrói a manhã desejada.
Fé no que virá. Depende de nós e nós podemos mais, pois apesar do que o apequenado interventor tem feito, o IFRN sobreviverá.
A palavra de ordem é derrubar a intervenção. Vamos lá fazer o que será.
Fora Interventor!
Posse do Reitor Eleito.