Não foi com um dos nossos ciclistas…
Natal, RN 29 de mar 2024

Não foi com um dos nossos ciclistas...

19 de abril de 2022
3min
Não foi com um dos nossos ciclistas...

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No último domingo, 17-04, quatro ciclistas foram atropelados na BR 406, próximo a cidade de Guamaré, três deles morreram e o quarto está em estado gravíssimo num hospital da região. Como de costume, o assassino em potencial, provavelmente cidadão do bem, se evadiu do lugar...Deverá se apresentar numa delegacia da cidade e, livre do flagrante, pagará uma fiança e responderá pelo seu crime no gozo da liberdade.

Venho sempre batendo na mesma tecla, para que as autoridades públicas possam realizar políticas efetivas visando evitar sinistros com ciclistas se faz necessário, e urgente, dados e informações fidedignas sobre tais ocorrências. Ao menos até o momento que estou escrevendo este texto, não está disponibilizado sequer os números sobre acidentes de trânsito envolvendo ciclista no estado do Rio Grande do Norte. Assim, a pergunta que fica é: como se desenvolver planos, programas, projetos e políticas públicas de mobilidade ativa se não temos sequer estatísticas? Com a palavra os gestores públicos potiguares!

Mas, e os ciclistas, qual o posicionamento desses sujeitos sobre a questão? Como os ciclistas potiguares se posicionam diante de tanta adversidade no mundo do pedal? Dada as dificuldades de se deslocar através de uma bicicleta pelas ruas das cidades potiguares, imagino que os ciclistas potiguares deveriam ir à frente dos órgãos públicos municipais, estaduais e federais reivindicar melhores condições para o uso da bicicleta no estado. Causa estranheza que os ciclistas potiguares não se organizem e façam valer seus direitos, entre eles o direito constitucional de ir e vir. Causa mais estranheza ainda o fato de que se o acidente não foi com um dos nossos ciclistas do nosso grupo, os demais grupos de whatsapp de ciclistas não se articulam para protestar contra a falta de atenção dos órgãos públicos com os ciclistas.

Estou mencionando a falta de um cicloativismo, que independe de posicionamento e polarização política. Estou mencionando a ausência de um movimento articulado de ciclistas que faça valer suas demandas e urgências. Esperar que a mobilidade ativa através do uso das bicicletas entre na agenda pública como num passe de mágica é, indiretamente, estar de acordo com a des-política pública no que tange ao uso das bicicletas na cidade. E, enquanto isso, vamos sendo diariamente desrespeitados por motoristas e pelo Governo Federal (DNIT não possui, ou não divulga e/ou menciona qualquer plano de trafego de ciclistas em vias federais), Governo do Estado (secretaria de segurança pública e demais órgãos preferem o silêncio quando a questão envolve ciclistas) e prefeituras (a prefeitura de Natal, por exemplo, colocou uma árvore de natal em cima de uma ciclovia no bairro de Ponta Negra sob a alegação de que a ciclovia ainda não havia sido inaugurada).

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