Vídeo: Mulher que denunciou vizinhas em condomínio da Zona Sul de Natal por racismo e lesão corporal está em casa de parentes
Natal, RN 24 de abr 2024

Vídeo: Mulher que denunciou vizinhas em condomínio da Zona Sul de Natal por racismo e lesão corporal está em casa de parentes

9 de dezembro de 2022
5min
Vídeo: Mulher que denunciou vizinhas em condomínio da Zona Sul de Natal por racismo e lesão corporal está em casa de parentes

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Assustada desde que foi agredida por duas vizinhas na última quarta (7), Flávia Carvalho, uma gerente de vendas de 36 anos, deixou o apartamento num condomínio no bairro de Candelária, na Zona Sul de Natal, onde morava com as duas filhas, e está na casa de parentes.

Flávia, que registrou dois boletins de ocorrência (BO), sendo um por injúria racial e outro por lesão corporal, vai processar as vizinhas. Além dos BO’s, ela também fez exame de corpo de delito, para que fossem averiguadas as agressões sofridas.

Antes mesmo de sair de casa, a vítima já havia registrado uma das vizinhas, fazendo ameaças em sua porta. Foi ao sair pra o trabalho que ela foi abordada pela mãe e agredida pela filha.

Marcas que teriam ficado no rosto de Flávia depois da agressão I Foto: reprodução
Marcas que teriam ficado no rosto de Flávia depois da agressão I Foto: reprodução

Ontem [na quarta], armaram uma emboscada na minha saída de casa pro trabalho. Fui surpreendida, enquanto esperava o elevador. Suedja subiu pelas escadas, acionada pela mãe Regina, que neste momento me xingava e me distraia até a chegada da filha. Suedja me atacou pelas costas, de surpresa, me derrubou. Ao chão, Regina me puxava pelos cabelos e me segurava pelos ombros, enquanto Suedja proferia golpes no meu rosto e me dizia que ‘uma negra nojenta como eu não merecia morar ali, que não era bem vinda, que ia aprender a respeitar’. Eu, em choque, só pensava em manter a porta do elevador aberta pra conseguir sair dali”, relatou Flávia, que também utilizou as redes sociais para denunciar o caso.

Parte das agressões foram registradas pela câmera do circuito interno de segurança do elevador.

Flávia conta que mora no mesmo condomínio há cinco anos e que sempre manteve bom relacionamento com moradores, vizinhos e membros da administração. Mas, desde que registrou uma reclamação por barulho no livro de ocorrências do condomínio, passou a ser perseguida pelas mulheres: Regina dos Santos Araújo, que mora no mesmo andar de Flávia e é mãe da outra agressora, e Suedja Marcia dos Santos Araújo, que mora na mesma torre da mãe e de Flávia, porém, em um andar diferente.

Na manhã desta sexta (9), Flávia prestou depoimento à Polícia Civil. A previsão da penalidade para os crimes de injúria racial e de lesão corporal é de três anos de detenção. O caso foi registrado na 10ª Delegacia de Polícia Civil, na Zona Sul da capital.

Veja o vídeo:

Agressão registrada por câmera do elevador
Ameaças registradas por Flávia pelo olho mágico da porta antes da saída para o trabalho

Confira o depoimento da vítima nas redes sociais:

Racismo

Eu sou Flávia Carvalho, tenho 36 anos, e fui brutalmente espancada e agredida com expressões racistas, após ter registrado uma reclamação sobre barulho na administração do condomínio moro em Natal, RN.

Moro no mesmo condomínio a cerca de 5 anos, sempre tive um bom convívio com todos. Vizinhos, funcionários, síndica. Tudo tranquilo.
Até a chegada da REGINA DOS SANTOS ARAUJO no meu andar (moramos no 19º) Ela é mãe da SUEDJA MARCIA DOS SANTOS ARAUJO (tb moradora da mesma torre, sendo no 11°).
Desde então começaram as implicâncias, reclamações de barulhos que, segundo elas, vinham do meu apartamento, mas que só elas em todo o condomínio conseguiam ouvir.
Regina passou a espreitar minha entrada e saída de casa, a manter a porta do apartamento dela aberta pra proferir palavras provocativas… até que chegaram ao ápice.

Ontem, armaram uma emboscada na minha saída de casa pro trabalho. Fui surpreendida, enquanto esperava o elevador. Suedja subiu pelas escadas, acionada pela mãe Regina, que neste momento me xingava e me distraia até a chegada da filha. Suedja me atacou pelas costas, de surpresa, me derrubou. Ao chão, Regina me puxava pelos cabelos e me segurava pelos ombros, enquanto Suedja proferia golpes no meu rosto e me dizia que “uma negra nojenta como eu não merecia morar ali, que não era bem vinda, que ia aprender a respeitar”
Eu, em choque, só pensava em manter a porta do elevador aberta pra conseguir sair dali.

Consegui chegar à administração do condomínio onde Micarla e Rose me acolheram até a chegada do meu companheiro Adriano, que não saiu mais do meu lado.

Chamamos a polícia, que nada fez pois disseram que não poderiam bater na porta da casa delas, apesar da síndica ter autorizado o acesso deles.

Seguimos pra delegacia, eu e Adriano.
Prestamos queixa, fiz exame de corpo de delito.

O advogado Abaeté Mesquita está nos orientando e dando todo o suporte que precisamos neste momento.

Eu agradeço o apoio de todos que me ajudaram até aqui. Especialmente ao Adri.

Vamos aguardar o que teremos daqui pra frete.

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