PF aponta crimes de General Girão ao estimular atos golpistas
Natal, RN 1 de dez 2023

PF aponta crimes de General Girão ao estimular atos golpistas

19 de outubro de 2023
3min
PF aponta crimes de General Girão ao estimular atos golpistas

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A Polícia Federal (PF) apontou que o deputado federal General Girão (PL) cometeu possíveis crimes ao incitar sua base a pedir intervenção das Forças Armadas — uma tese inconstitucional — após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

As informações são de O Globo, com base no relatório apresentado nesta quarta-feira (18) em um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a participação de Girão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

O documento é assinado pelo delegado da PF Victor Emmanuel Brito Menezes. Segundo ele, os indícios de participação de Girão na descredibilização do processo eleitoral são evidentes.

“Fica clara a continuidade da conduta do representado de acusar a existência de fraude no processo eleitoral e a desonestidade do Poder Judiciário e seus membros, de modo a incitar seus seguidores a protestar por intervenções das Forças Armadas”, aponta.

Por isso, de acordo com a Polícia Federal, há “suficientes elementos para formação de convicção acerca da existência dos crimes e da possibilidade de responsabilização do representado por seu cometimento”.

Após a derrota nas urnas, bolsonaristas insatisfeitos montaram acampamento em frente ao Batalhão do Exército em Natal. Em dezembro, Girão discursou ao grupo e incitou seus seguidores.

“O Estado brasileiro entrega aos militares o direito de usar a violência em seu nome para a defesa do Estado brasileiro”, disse Girão no acampamento.

“Tal frase, dita naquela data, local e naquele contexto, explicita a crença do representado na possibilidade da utilização, pelas Forças Armadas, de violência contra os poderes constituídos, especialmente o Poder responsável pela condução do processo eleitoral, que no seu entender estaria causando dano ao Estado, à Democracia e à Soberania”, escreveu o delegado.

O inquérito foi aberto em julho pela PF, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Contra Girão, há suspeita de associação criminosa, incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Em nota, o parlamentar confirmou o depoimento prestado à Polícia Federal, “sendo apenas mais uma etapa do processo”. O deputado também criticou a divulgação do material.

“Pela terceira vez consecutiva, a justiça divulga os andamentos do processo para a imprensa antes mesmo de intimar oficialmente a parte envolvida, como deveria ser feito de acordo com a Lei brasileira”, disse.

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