Julgamento do caso Giovanni Gabriel deve ser o 1º júri popular de 2024
O julgamento dos réus acusados de matar o jovem Giovanni Gabriel de Sousa Gomes, assassinado em 2020, anos 20 anos, deve ser o 1º júri popular de 2024, que terá sete integrantes.
À pedido da mãe do jovem, Priscila Sousa, o julgamento que estava marcado para ocorrer no dia 20 de novembro foi adiado porque uma das testemunhas do lado da vítima não estaria em Natal no dia do depoimento. O pedido foi acatado pelo juiz.
Os principais suspeitos do homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver são os policiais militares: Paullinelle Sidney Campos Silva, Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa.
A investigação realizada pela Polícia Civil apontou que o jovem foi assassinado por policiais militares ao ser confundido com um suspeito de ter roubado o carro da cunhada de um sargento da Polícia Militar, que acionou colegas na busca pelo veículo, inclusive, fora da área de atuação da equipe.
Relembre o caso
Na manhã do dia 5 de junho de 2020, Giovanni Gabriel havia saído de casa para visitar a namorada, que morava no Loteamento Cidade Campestre, em Parnamirim.
Ele tinha acabado de chegar ao local, mas como o relacionamento não era aprovado pelo pai da garota, Gabriel foi esconder a bicicleta numa área próxima à casa para evitar maiores problemas.
Nessa mesma manhã, policiais foram acionados após o roubo de um carro em Parnamirim. O veículo pertencia à cunhada de Paullinelle Sidney Campos Silva, sargento da polícia militar que acionou outros três agentes, todos eles lotados no município de Goianinha, para buscas do veículo.
O grupo deslocou-se, inclusive, para uma área fora de sua guarnição à procura do veículo. O carro foi encontrado próximo ao local onde Gabriel tinha deixado a bicicleta e o rapaz acabou sendo confundido com o responsável pelo roubo do carro.
Durante as buscas, uma primeira equipe de policiais abordou Gabriel, que explicou que estava indo visitar a namorada. Os PMs checaram a veracidade da história dele, liberando-o logo em seguida.
No entanto, ao sair da área de mata onde estava, Gabriel foi novamente abordado, mas por outra equipe de policiais, quando moradores da região avisaram a uma outra viatura da PM que havia um jovem em atitude suspeita no local.
Gabriel foi novamente abordado e chegou a avisar aos policiais que já tinha sido revistado por policiais de outra viatura. Mesmo assim, ele foi colocado dentro da mala do veículo. Essa foi a última vez que Gabriel foi visto com vida.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, o jovem foi executado a tiros pelos policiais, que deixaram o corpo dele em São José de Mipibu, distante 30 km de Natal e 20 km de Parnamirim.
O cadáver de Giovanni Gabriel só foi encontrado em 14 de junho, depois das buscas realizadas por amigos e familiares do jovem. Gabriel sonhava em ser professor de educação física e servir ao Exército. Em setembro deste ano, se não tivesse sido morto, Gabriel faria 23 anos.