O jornal Folha de S.Paulo noticiou nesta quinta-feira (18) mais uma ilegalidade da campanha à Presidência de Jair Bolsonaro (PSL). Empresas estão comprando pacotes de disparo em massa de mensagens no WhatsApp, em uma grande operação de disseminação de fake news. Segundo a Folha, cada contrato chega a R$ 12 milhões. Entre as empresas compradoras está a Havan, que já foi acusada de coagir funcionários a votar no candidato.
O financiamento empresarial para campanhas é considerado crime eleitoral. O serviço chamado “disparo em massa” usa a base de usuários do próprio candidato ou bases vendidas por agências de estratégia digital. Essa prática é ilegal. A legislação eleitoral proíbe a compra de base de terceiros, permitindo apenas o uso das listas de apoiadores cedidas de forma voluntária.
De acordo com a reportagem, essas bases de usuários muitas vezes também são fornecidas ilegalmente por empresas de cobrança ou funcionários de empresas telefônicas.
As agências de disparo envolvidas (Quickmobile, Yacows, Croc Services e SMS Market) declararam à Folha de S.Paulo que estão com serviços enormes de disparos de mensagens na semana anterior ao dia 28 de outubro e que somente depois disso aceitarão novos clientes.
A equipe de reportagem também apurou que uma das ferramentas usadas pela campanha da extrema-direita é a geração de números estrangeiros automaticamente por sites como o TextNow.
Funcionários e voluntários dispõem de dezenas de números assim, que usam para administrar grupos ou participar deles. Com códigos de área de outros países, esses administradores escapam dos filtros de spam e das limitações impostas pelo Whats (máximo de 256 participantes por grupo e repasse automático de uma mesma mensagem para até 20 pessoas ou grupos.
Os administradores usam ainda algoritmos que segmentam os membros entre apoiadores, detratores e neutros, além de influenciadores, assim customizam o tipo de conteúdo enviado.
As estimativas de grupos anti-PT são vagas, entre 20 mil a 300 mil.
De acordo com especialista em Direito consultado pela Folha, a compra desses serviços por empresas configura doação não declarada de campanha e ressalta que se for confirmado que houve crime de abuso de poder econômico e que isso influenciou a eleição haverá cassação da chapa.
Com informações da Folha de S.Paulo.