Suíça? então vai ter chocolate?

À parte o oba-oba costumeiro e o pachequismo radical, o Brasil corre sério do risco de ganhar o hexa em 2018.

É que apesar de o messiânico Tite às vezes parecer chato bagarai (calado é poeta, diria o baixinho), do meio para a frente a seleção de hoje tem tanta habilidade que se os jogadores decidirem entrar em campo de ressaca e uma perna só vencem todos os adversários. E com a mão nas costas.

Tá bom, menos a Alemanha.

O risco é que esta seleção é a mais parecida com aquela outra, “recheada de craques mundiais” e que levou Parreira, no cume calmo do seu olho que não via, e de sua arrogância, a classificar-se não como um treinador de futebol, mas como “gestor de talentos” - daí em vez de concentração e treino, a rotina dos colaboradores do grande coach era egolatria e culto a celebrações.

Deu-se que Zidane distribuiu chapéus, canetas e passes milimétricos e o escrete de 2006 voltou com a viola debaixo do braço e com Roberto Carlos arrumando o meião, vaidade caríssima, mas típica do grupo.

A lembrança é porque o time do Tite tem, no papel, o mais implacável e talentoso ataque desde o célebre de 2006 - lembram de Ronaldinho, Kaká, Robinho, Fenômeno, Adriano.

Nesse quesito, se todos jogarem à vera, o de 2018 é ainda melhor do que o que fuleirou doze anos atrás.

E combinaram tudo isso com os russos? Nem com eles, nem com os suíços, adversários da estreia.

Mas, cá prá nós, se Thiago Silva chorar com um Seferovic no ataque,o que se dirá quando encontrar o Ureña, da Costa Rica, e o sérvio Mitrovic?

E se o ‘menino Jesus’ não ligar umas cinco vezes para a mamãe só na primeira fase ela pode confiscar o celular e botar ele de castigo.

Noves fora tudo isso e já embutida a desculpa clássica do nervosismo do primeiro jogo, se não der para um chocolate suíço que dê ao menos para a precisão de um Rolex. Euforia não. Obrigação.

Aposto num 3 a 1 para o Brasil, com pelo menos um gol do menino Jesus. Ah, o gol da Suíça? Claro, do Seferovic.