Maior evento de cinema do Brasil, a 50ª edição do Festival de Gramado será encerrada neste sábado (20) com cerimônia de premiação. Um dos principais filmes na competição pelo Kikito é O Pastor e o Guerrilheiro, do diretor José Eduardo Belmonte. Uma ficção histórica inspirada no livro Relato de um Guerrilheiro, do potiguar Glênio Sá. A produção que aborda a Guerrilha do Araguaia foi apresentada na última segunda (15) no Palácio dos Festivais e recebeu muitos aplausos ao fim da sessão.
A TVE transmite, ao vivo, a partir das 21h, a noite de premiação das mostras competitivas de curtas-metragens brasileiros, longas-metragens brasileiros, estrangeiros e gaúchos, além da premiação da Mostra de Documentários Brasileiros. Direto do Palácio dos Festivais, a cerimônia terá a apresentação das jornalistas Marla Martins e Renata Boldrini e do ator Werner Schünemann.
O filme de Belmonte, produzido por Nilson Araújo Fonseca (também autor do argumento e colaborador do roteiro de “O Pastor e o Guerrilheiro”) se desenvolve em três tempos: no começo da década de 1970, quando quadros do PCdoB vão estabelecer no Araguaia, no final do milênio (1999 para 2000), e em 1968, ano em que a UnB (Universidade de Brasília), foi invadida pela Polícia. Um dos alunos era João, que adotaria o codinome Miguel, o guerrilheiro que, junto com o Pastor Zaqueu, dá nome ao filme.
Nilson Rodrigues, idealizador do projeto, teve na leitura do livro “Relato de um Guerrilheiro”, de Glênio Sá, a ideia para o drama histórico. Iniciou as pesquisas que subsidiariam o roteiro junto com o escritor e jornalista José Rezende Jr.
A trama inspira-se em fatos reais, mas traz personagens fictícios, com Juliana (Júlia Dalávia), que interpreta a filha bastarda de um militar (Ricardo Gelli).
Sinopse
Em 1968, o jovem comunista João deixa a universidade e vai para uma guerrilha na Amazônia. É preso, torturado e enviado para a prisão em Brasília, onde encontra Zaqueu, um cristão evangélico preso por engano. Eles sofrem juntos, superam diferenças ideológicas, se ajudam e marcam um encontro para 27 anos depois, à meia-noite, na virada do milênio, em cima da Torre de TV de Brasília – mas João morre em um acidente de carro, em 1990. Em 1999, um velho coronel do exército suicida-se e deixa parte de sua herança para Juliana, filha bastarda fruto de seu relacionamento com a antiga empregada da casa. Através de um livro encontrado na casa, ela descobrirá que seu falecido pai foi o torturador dos dois jovens no passado e que o encontro marcado entre os rapazes não ocorrerá. O destino colocou Juliana na história e o encontro marcado terá um desfecho diferente do que foi combinado.