Jornalista potiguar é processado por Raquel Dodge e alega intimidação
Natal, RN 29 de mar 2024

Jornalista potiguar é processado por Raquel Dodge e alega intimidação

20 de agosto de 2019
Jornalista potiguar é processado por Raquel Dodge e alega intimidação

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Por Pedro Torres e Rafael Duarte

O jornalista potiguar Ailton Medeiros está sendo processado pela procuradora-geral da República Raquel Dogde. O motivo é a publicação de críticas às ações do Ministério Público Federal nas quais Ailton é acusado de tecer comentários ofensivos à honra e imagem da procuradora. Uma indenização de R$ 50 mil foi pedida, além da exclusão de todas as publicações com conteúdo "machista" divulgadas pelo jornalista em suas redes sociais.

Em seu perfil pessoal no twitter, em 2018, Aílton Medeiros usou uma frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecht para criticar a atuação de Raquel Dodge em relação a decisões sobre a operação Lava-jato. A expressão "a cadela do fascismo está sempre no cio" aparecia junto à foto da procuradora chefe da República.

Assim que foi notificado, o jornalista disse que retirou todo o conteúdo da internet.

Outros comentários, seguidos da mesma expressão de Brecht também publicados na rede social, foram postos à multa diária de R$ 2 mil caso não fossem apagados. A defesa alega que  o conteúdo não foi retirado da internet, mas o jornalista contesta a informação. Um pedido de retratação também foi solicitado e, no processo, a procuradora pede que Ailton pague uma indenização no valor de R$ 50 mil que, de acordo com ele, não é condizente com sua renda.

Para estipular o valor da indenização, Dodge alega que Medeiros tem atuação internacional no Rio de Janeiro, Paris e Nova Iorque. O fato, no entanto, não é verdadeiro. Ele é servidor estadual concursado do Governo do Estado e atualmente dá expediente na Fundação José Augusto, órgão ligado à secretaria estadual de Educação e Cultura. O jornalista também mantinha um blog atualizado na internet até 2013.

Jornalista Aílton Medeiros está sendo processado pela procuradora geral da República Raquel Dodge

Pelas redes sociais e em contato com a agência Saiba Mais e outros órgão de imprensa, Ailton Medeiros explicou que não usou a expressão para ofender Raquel Dodge e que a procuradora usou a frase fora do contexto:

“A procuradora interpretou pelo lado mais errado para me intimidar e insinuou que eu estava chamando-a de cadela, mas eu jamais usaria a frase nesse sentido fora de contexto”, disse Ailton, ao se explicar o uso da expressão do alemão Bertolt Brecht, utilizada, neste caso, para se referir a Dodge.

Em defesa contra as multas e indenizações, Ailton reitera que não tem como pagar o valor pedido:

“Sou um jornalista de aldeia e não tenho esse padrão de vida”, disse.

Em seu último trabalho na imprensa, Ailton Medeiros assinou uma coluna diária durante dois meses no jornal Agora RN. Ele foi demitido há duas semanas do veículo em razão de críticas ao governo Bolsonaro. Medeiros acusou o jornal de censura. Segundo ele, a demissão ocorreu a pedido do atual secretário especial de Previdência Social e Trabalho Rogério Marinho. O caso repercutiu na imprensa e foi destaque em portais como o 247 e a Revista Fórum.

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