-"O que você quer ser quando crescer?"
-"Quero ser engraçado."
Imagina ser engraçado assim como se fosse profissão. Objetivo de vida. Ou um grande estado de alegria. Gente em situação de alegria. Em plenitude. Sucintamente, feliz.
Essa história não é minha. Ouvi alguém dizer. Achei bonitinho demais. Confesso, queria ser eu nesse intuito. Queria ser engraçada. Sempre quis. Seria meu super poder. Quem é engraçado tem o super poder de ser alguém que a gente conhece. Mesmo que na prática não conheçamos.
Pois humor toca. Une. Aproxima. Mas também provoca. Alerta. Emociona. Rir alivia. E nisso se aproxima de chorar. Talvez por isso seja possível chorar de rir. Ou mesmo rir nos momentos mais tensos. Rimos buscando alívio.
Quem faz rir é sempre alguém que a gente conhece. Porque no rir, no gargalhar, no rachar o bico nos tornamos íntimos. Criamos vínculos. Estabelecemos relações de afeto e, sobretudo, de alívio, de desafogo.
Um dia há de passar tudo. Há de ficar o riso. Eu quero rir de mim e rir com o outro. Pois nunca fui tão feliz como nas vezes em que fui engraçada. De coração. Eu nunca fui tão feliz como nas vezes em que me vi nos que fazem graça.