Nesta sexta (05), o Laboratório de Sismologia (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) detectou mais um abalo sísmico, porém de baixa magnitude, que não chegou a ser percebido pela população. O tremor ocorreu pela estação localizada no município de Touros, às 4h49, hora local, com magnitude preliminar calculada em 1.6 mR. Desde o último domingo, 31 de julho, quando várias pessoas na região de Natal relataram ter sentido móveis e janelas tremer, já são oito tremores detectados, sendo o maior deles o registrado no próprio domingo, que chegou à magnitude de 3.7 mR.
O Rio Grande do Norte, junto com o Ceará e Pernambuco, está numa das áreas onde há maior ocorrência de abalos sísmicos no país. Apenas na região de João Câmara, município no interior do RN, foram registrados mais de 50 mil terremotos num período de dez anos. Com isso, a Falha de Samambaia, maior falha geológica do Brasil, acabou se tornando a mais bem estudada do país. Os maiores tremores até hoje registrados foram identificados em Pacajus (CE), em 1980, com magnitude 5.3; em João Câmara, em 1986, com 5.1 de magnitude e em 1989, com 5.0.
Apesar de não serem percebidos pelas pessoas na maioria das vezes, esses tremores são comuns e ocorrem em falhas geológicas que entram em atividade. Desde o ano passado, mais de 20 foram contabilizados pelos pesquisadores do Labsis na área marítima do litoral potiguar. No tremor do último dia 31, o epicentro, que é como os pesquisadores chamam o ponto de origem do abalo sísmico foi, justamente, a região marítima de Touros.
Tsunami



Mesmo com o histórico de abalos sísmicos no mar, o geofísico do Labsis, Eduardo Menezes, explica que não há risco de formação de tsunamis ou maremotos, aquelas ondas gigantes formadas em alto mar pelo deslocamento de grandes volumes de água que pode ter várias origens, como os tremores de terra.
“Não há risco porque os tremores nessa região são de baixa magnitude. Para termos um tsunami teríamos que ter abalos de magnitude acima de 6. Podemos considerar que a partir de 5 os efeitos já começam a ser mais observados, até com edificações parcialmente danificadas. Lógico que se tivermos um tremor nessa ordem, por exemplo , o efeito nas localidades próximas ao epicentro serão bem maiores”, detalha o pesquisador.