DEMOCRACIA

Conselho de Ética abre processo contra Styvenson por zombar de ferimentos de deputada

O Conselho de Ética do Senado abriu um processo disciplinar contra Styvenson Valentim (Podemos) por uma denúncia de quebra de decoro parlamentar.

Em 2021, após a então deputada Joice Hasselmann acordar com marcas de sangue no chão do apartamento onde morava, o senador potiguar zombou da situação e atribuiu o caso a uma possível traição ou uso de drogas.

“Aquilo ali, das duas uma. Ou duas de quinhentos (fazendo sinal de chifres) ou uma carreira muito grande (simulando o uso de cocaína). Aí ficou doida e pronto… saiu batendo em casa”, disse Valentim.

À época, o caso ainda parou no Ministério Público mas foi arquivado. Joice disse que não se lembrava do que tinha acontecido. Posteriormente, a Polícia Civil do Distrito Federal concluiu que a parlamentar “caiu da própria altura”, possivelmente em decorrência de efeitos de remédio para dormir. O órgão também descartou possíveis casos de violência doméstica ou atentado/agressão por parte de terceiros.

No Conselho de Ética, o relator do processo disciplinar será Dr. Hiran (PP-RR). Além deste, outras cinco ações serão analisadas, sendo quatro denúncias e uma representação. Cabe à Advocacia do Senado analisar apenas se as petições cumprem requisitos formais.

Caso o grupo entenda que houve de fato uma quebra de decoro nas condutas de Styvenson, ele pode receber advertência ou censura. Já a representação se refere a casos mais graves, que podem resultar em perda temporária ou definitiva do mandato.

Em outra esfera, também em 2021, a Polícia Federal aponta crime na fala do senador potiguar, concluindo em investigação que havia indícios de difamação. Em depoimento à PF, Valentim disse que não teve a intenção de ofender a deputada já que não tinha citado o nome dela. O inquérito contra o senador potiguar foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Senador pode trocar de sigla

Styvenson foi eleito senador em 2018 na esteira da popularidade adquirida como coordenador da operação da lei seca no Rio Grande do Norte, tendo adquirido o mandato quando estava filiado à Rede Sustentabilidade. Em 2019, migrou para o Podemos.

Encampando a bandeira anticorrupção, o parlamentar adotou inicialmente uma postura avessa às conversas com líderes partidários e outros dirigentes, e chegou a recusar o recebimento de recursos políticos e partidários.

No ano passado, ao concorrer ao governo, adotou posição mais pragmática e recebeu verbas. Agora, negocia filiação ao Progressistas, sigla que tem como um dos principais nomes no Estado o ex-deputado Beto Rosado. Nacionalmente, a legenda é presidida por Ciro Nogueira, ex-ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL).

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