Filme que aborda lutas do povo indígena Krahô será exibido em Natal
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O filme A flor do buriti, distribuído pela Embaúba Filmes, entra no circuito comercial de algumas cidades no dia 4 de julho. Ele ainda não tem estreia prevista em Natal, mas será exibido gratuitamente, em sessão especial de pré-estreia, no auditório 1 do Departamento de Comunicação Social (Decom) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), campus central, na próxima segunda-feira, 01, às 15h.
Dirigido por João Salaviza e Renée Nader Messora, o documentário aborda os últimos 80 anos do povo indígena Krahô, na comunidade da aldeia Pedra Branca. O filme conta a história de duas crianças do povo Krahô que, em 1940, encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um brutal massacre, realizado pelos fazendeiros da região. Em 1969, os filhos dos sobreviventes são coagidos a integrar uma unidade militar, durante a ditadura brasileira.
A flor do buriti aborda como as violências continuam presentes na memória das novas gerações, que ainda resistem e se mobilizam pela Terra Indígena Kraholândia, no Tocantins. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô continuam a caminhar sobre a sua terra sangrada, reinventando, a cada dia, infinitas formas de resistência.
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O filme, que levou o Prêmio de Melhor Equipe da mostra Un Certain Regard no Festival de Cannes 2023, é uma produção Portugal/ Brasil (2023), com 125min de duração. A classificação indicativa é de 12 anos.
Conheça os diretores
João Salaviza
João Salaviza (1984) estudou Cinema na Escola de Cinema e Teatro de Lisboa e na Universidad del Cine de Buenos Aires. Seu primeiro curta-metragem ARENA recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes (2009). Seu segundo curta-metragem RAFA (2012) recebeu o Urso de Ouro de Melhor Curta na Berlinale. João lançou também os curtas-metragens Altas Cidades de Ossadas (2017) e Russa (2018) na Competição Oficial da Berlinale. Seu primeiro longa-metragem, Monatanha, teve sua premiere mundial no Festival de Veneza (Semana da Crítica) em 2015.
Desde então, ele vive entre Portugal e Brasil com os indígenas Krahô. Em 2018, Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (co-dirigido com Renée Nader Messora) teve sua premiére no Festival de Cannes e recebeu o Prêmio Especial do Júri da secção Un Certain Regard. O filme foi distribuído comercialmente em vários países, com destaque para a França, onde foi visto por mais de 45.000 espectadores.
Em 2023, ele estreia o longa-metragem A Flor do Buriti (co-dirigido com Renée Nader Messora) novamente no Festival de Cannes - Un Certain Regard. Filmado ao longo de 15 meses na Terra Indígena Krahô, A Flor do Buriti recebeu o Prêmio Ensemble, em reconhecimento ao elenco e à equipe do filme.
Renée Nader Massora
Renée Nader Messora (1979) graduou-se em Cinematografia na Universidad del Cine, em Buenos Aires. Por 15 anos, Renée trabalhou como assistente de direção em diferentes projetos no Brasil, Argentina e Portugal, incluindo Montanha (2015), primeiro longa-metragem do diretor João Salaviza. Ela foi diretora de fotografia do curta-metragem Pohí, por meio do qual conheceu os Krahô.
Desde então ela tem trabalhado com a comunidade, contribuindo para a organização de um coletivo de jovens cineastas que usam o cinema como ferramenta para fortalecer a identidade cultural e a autodeterminação do povo Krahô. Em 2017, Renée foi diretora de fotografia do curta-metragem Russa (2018), dirigido por Ricardo Alves Jr. e João Salaviza, que teve sua estreia mundial na Competição Oficial da Berlinale.
Ainda em 2018, seu primeiro longa-metragem Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (co-dirigido com João Salaviza) teve sua estreia mundial no Festival de Cannes e recebeu o Prêmio Especial do Júri - Un Certain Regard.
Serviço
O quê? Sessão especial de pré-estreia do filme "A Flor do Buriti" em Natal;
Quando? 01 de julho de 2024, segunda-feira, às 15h;
Onde? Auditório 1 do Labcom - UFRN, campus central;
Apoio: Grupo de Investigações sobre Linguagem, Memória e Representação (GILMAR) da UFRN; Grupo de Pesquisa em Economia Política do Audiovisual (EPA) da UFRN; Departamento de Comunicação Social (Decom/UFRN).