Justiça do RN solta policiais envolvidos no caso Gabriel
Natal, RN 24 de abr 2024

Justiça do RN solta policiais envolvidos no caso Gabriel

11 de abril de 2022
4min
Justiça do RN solta policiais envolvidos no caso Gabriel

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Três policiais militares suspeitos de participação na morte do adolescente Giovanne Gabriel de Souza Gomes, de 18 anos, em junho de 2020, foram soltos pelo Tribunal de Justiça do RN na última quinta (07).

A defesa dos PM’s usaram o precedente do sargento da Polícia Militar Paullinelle Sidney Campos Silva, que no dia 14 março já havia conseguido um habeas corpus para aguardar o julgamento em liberdade. Paullinelle estava preso desde outubro de 2020, juntamente com os outros três policiais acusados de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver de Giovanni Gabriel, morto na manhã do dia 5 de junho de 2020, quando chegava de bicicleta no Loteamento Cidade Campestre, em Parnamirim, para visitar a namorada.

A decisão é da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RN e o relator do caso foi o desembargador Saraiva Sobrinho. O julgamento do caso Gabriel já foi adiado três vezes desde que o primeiro juiz da Comarca de Parnamirim determinou que o julgamento do caso deveria ir ao Tribunal do Júri, ou seja, a júri popular.

Ainda não há uma nova data para o julgamento do caso. Além de Paullinelle Sidney Campos Silva, que era sargento no 8º Batalhão de Polícia Militar no Município de Goianinha, foram indiciados no processo os também policiais militares: Anderson Adjan Barbosa de Souza, Valdemi Almeida de Andrade e Bertoni Vieira Alves, também lotados em Goianinha.

Caso Gabriel

Na manhã do dia 5 de junho de 2020, Giovanne Gabriel tinha chegado no Loteamento Cidade Campestre, em Parnamirim, para visitar a namorada. Como o relacionamento não era aprovado pelo pai da garota, Gabriel só a visitava quando os parentes não estavam em casa. Ele costumava esconder a bicicleta numa área próxima à casa para evitar maiores problemas.
Nessa mesma manhã, policiais foram acionados para dar conta do roubo de um carro em Parnamirim. O veículo pertencia à cunhada de Paullinelle Sidney Campos Silva, sargento da polícia militar que acionou outros três agentes, todos eles lotados no município de Goianinha, para buscas do veículo e responsável pelo roubo.  O grupo deslocou-se, inclusive, para uma área fora de sua guarnição à procura do veículo.

Foi assim que Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Souza chegaram a Gabriel. O veículo foi encontrado próximo ao local onde o jovem tinha deixado a bicicleta e o rapaz acabou sendo confundido com o responsável pelo roubo do veículo.

Durante as buscas, policiais abordaram Gabriel, que explicou que estava indo visitar a namorada. Os PM’s checaram a veracidade da história dele, liberando-o logo em seguida.

No entanto, ao sair de onde estava, Gabriel foi visto por moradores da região que avisaram a uma outra viatura da PM. Ele foi novamente abordado e chegou a avisar aos policiais que já tinha sido abordado por outra viatura. Mesmo assim, foi colocado dentro da mala do veículo. Essa, foi a última vez que Gabriel foi visto com vida.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Gabriel foi executado a tiros pelos policiais que deixaram o corpo do jovem em São José do Mipibú, distante 30 km’s de Natal e 20 km’s de Parnamirim, onde o jovem foi abordado. O cadáver de Giovani Gabriel só foi encontrado nove dias depois do ocorrido, já em avançado estado de decomposição, depois das buscas realizadas por amigos e familiares do jovem. Gabriel sonhava em ser professor de educação física e servir ao exército.

Entrevista com a mãe de Gabriel: 

https://www.youtube.com/watch?v=R9fUIPQwZk8

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