Vaza jato: procuradores ironizaram morte de Marisa e do irmão do Lula; ‘só queria passear’
Natal, RN 18 de abr 2024

Vaza jato: procuradores ironizaram morte de Marisa e do irmão do Lula; 'só queria passear'

27 de agosto de 2019
Vaza jato: procuradores ironizaram morte de Marisa e do irmão do Lula; 'só queria passear'

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Novos diálogos dos procuradores da Lava Jato revelados pelo site The Intercept, em parceria com o portal UOL, mostram que integrantes da força-tarefa ironizaram a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia. “Estão eliminando as testemunhas…”, disse o procurador Januário Paludo. Nas mensagens Telegram, eles dizem que Lula “faria uso político” da morte de sua esposa, questionaram a causa da morte de Marisa e criticaram até mesmo a morte de Vavá, alegando sobre Lula que "o safado só queria passear".

Divulgação: portal UOL/The Intercept

A procuradora Laura Tessler, que foi criticada por Sergio Moro e depois afastada de audiência de Lula, disparou contra uma matéria da Monica Bergamo que relatava a agonia de Marisa com os abusos da Lava Jato, como a condução coercitiva de Lula, e como essa situação havia afetado o quadro de saúde da ex-primeira-dama.

“Ridículo… Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula”, afirmou Tessler, ironizando a doença da ex-primeira dama.

Divulgação: portal UOL/The Intercept

Os procuradores também mostram sua frieza em outra entrevista que o ex-presidente Lula concedeu ao El País. “Marisa morreu por conta do que fizeram com ela e com os filhos dela. Dona Marisa perdeu motivação de vida, não saía mais de casa, não queria mais conversar nada”, disse Lula à época.

“A propósito, sempre tive uma pulga atrás da orelha com esse aneurisma. Não me cheirou bem. E a segunda morte em sequência”, escreveu o procurador Januário Paludo.

Divulgação: portal UOL/The Intercept
Divulgação: portal UOL/The Intercept

Nos diálogos, os procuradores ainda falam da morte do irmão do ex-presidente Lula, Vavá, e de seu neto Arthur. No caso da morte de Vavá, agiram para que o ex-presidente não fosse ao enterro. No chat, Antônio Carlos Welter diz acreditar que Lula tinha o direito de ir ao enterro do irmão.

“Eu acho que ele tem direito a ir. Mas não tem como.” Januário Paludo responde: “O safado só queria passear e o Welter com pena”. Laura Tessler comentou: “O foco tá em Brumadinho…logo passa…muito mimimi”. “O safado só queria ir passear”, escreveu Paludo.

“O safado só queria passear”, disse procurador sobre pedido de Lula para ir a enterro de irmão

Lula e o irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, (Foto: Ricardo Stuckert)

O diálogos mostram também os integrantes da força-tarefa tentando evitar que o ex-presidente Lula fosse ao enterro de seu irmão Vavá, em janeiro de 2019, embora parte dos procuradores no grupo tenha defendido o direito de Lula ir se despedir do irmão. “O safado só queria ir passear”, disse o procurador Januario Paludo, se referindo ao pedido do ex-presidente de comparecer ao sepultamento.

Athayde Ribeiro Costa destacou a repercussão internacional negativa que a proibição traria. “Mas se nao for, vai ser uma gritaria. e um prato cheio para o caso da ONU [Organização das Nações Unidas]”, escreveu. O procurador Orlando Martello afirmou achar “uma temeridade ele sair. Não é um preso comum. Vai acontecer o q aconteceu na prisão” e concluiu: “A militância vai abraçá-lo e não o deixaram voltar. Se houver insistência em trazê-lo de volta , vai dar ruim!!” O procurador Diogo Castor ponderou que “todos presos em regime fechado tem este direito”.

Em seguida, Januário Paludo encaminhou aos colegas uma manifestação que seria entregue à juíza responsável por avaliar o pedido de liberação. Trata-se de um parecer da força-tarefa da Lava Jato pelo indeferimento da saída solicitada pela defesa de Lula. Ao ler o texto, Athayde Ribeiro Costa ponderou: “Simplesmente indefirir estamos agindo como pilatos e deixando a juiza em situaca difícil”. Minutos depois, os procuradores têm acesso a parecer da Polícia Federal que disse não ter condições de atender ao pedido de Lula.

Antônio Carlos Welter escreveu que concordava com a PF, mas que acreditava que Lula tinha o direito de ir ao enterro do irmão. “Eu acho que ele tem direito a ir. Mas não tem como.” Januário Paludo respondeu: “O safado só queria passear e o Welter com pena”. E, por fim, Laura Tessler emendou: “O foco tá em Brumadinho…logo passa…muito mimimi”.

Divulgação: portal UOL/The Intercept

*Com informações de Revista Fórum e portal UOL

**Edição: agência Saiba Mais

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