Contra a pandemia e contra Bolsonaro: pela formação de brigadas antifascistas contra o Coronavírus
Natal, RN 28 de mar 2024

Contra a pandemia e contra Bolsonaro: pela formação de brigadas antifascistas contra o Coronavírus

30 de março de 2020
Contra a pandemia e contra Bolsonaro: pela formação de brigadas antifascistas contra o Coronavírus

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O Brasil parece sofrer mais que outros países os efeitos terríveis da pandemia do Coronavirus, que aterroriza o mundo. A cada dia aumentam os casos de contágio da Covid-19 e milhares de brasileiros ficam enfermos ou, no pior dos casos, morrem em hospitais. Na contramão do mundo, de forma totalmente irresponsável e mesquinha, o presidente Bolsonaro mais uma vez mostra não ser digno da faixa presidencial e, contrariando seu próprio ministro da Saúde, estimula a quebra do isolamento social, propondo o fim da quarentena, com a abertura imediata de estabelecimentos comerciais, descumprindo orientações da Organização Mundial de Saúde, decretos estaduais de governadores e mesmo o entendimento da Justiça, que suspenderam o funcionamento de escolas e do comércio em shoppings, bares e restaurantes para evitar aglomerações.

Ao fazer isso, Bolsonaro expõe ao contágio milhões de brasileiros e, atuando junto com seus filhos como um líder de gangue, incentiva seus apoiadores a descumprir a lei, produzindo a incerteza, o caos, a divisão entre brasileiros: dos que preferem ficar em casa e proteger sua saúde; daqueles que querem liberdade, mesmo de forma irresponsável, por alegar ter de trabalhar, mesmo com a expansão da doença e o risco de se expor ao contágio. Nesse sentido, o Brasil está exposto a duas doenças: ao novo coronavírus e ao bolsonarismo.

No último final de semana, a maldade presencial chegou ao auge quando, derrotado pela Justiça, que proibiu a divulgação da campanha do governo “O Brasil não pode parar”, Bolsonaro conclamou seus militantes a fazer carreatas pelo país, cobrando o fim do isolamento. Protegidos da pandemia dentro de seus carros de luxo, empresários e comerciantes irresponsáveis contribuíram para gerar ainda mais dúvida e desinformação na população, enquanto o vírus pandêmico se alastra, matando pessoas que nem sempre são do grupo de risco. Até quando maníacos travestidos de presidente irão transformar nossas vidas numa roleta russa? Rapidamente os governadores dos estados se pronunciaram comunicando que essas carreatas são ilegais e quem for visto na rua participando de aglomerações pode cometer o crime previsto no artigo 268 do Código Penal (infringir determinação do poder público, para evitar introdução ou propagação de doença contagiosa). No Rio Grande do Norte, a Delegacia de Plantão Zona Sul já registrou a primeira autuação de pessoas que descumpriram as determinações do Decreto estadual de prevenção ao Coronavírus, participando de uma festa com mais de vinte pessoas. Seguindo as orientações de um presidente tresloucado, pessoas acabam por cometer crimes.

Nós, do Movimento Policiais Antifascismo do RN, denunciamos as ações criminosas e completamente nefastas orquestradas pelo presidente da República, que faz incitação ao crime no momento em que estimula que brasileiros, nos estados, descumpram as normas dos governos locais sobre a proteção contra o Coronavirus, incluindo-se o isolamento social. Para auxiliar as pessoas a se proteger do contágio e evitar que novas ações criminosas sejam praticadas, conclamamos toda nossa militância, nossos apoiadores, simpatizantes e aliados nos demais movimentos sociais a compor, nesse período de pandemia, as BRIGADAS ANTIFASCISTAS CONTRA O CORONAVÍRUS, exortando a população a ficar em casa, pois devem funcionar apenas os serviços essenciais previstos nos decretos estaduais. Como policiais, cumprindo uma função que não pode parar, sabemos, assim como os profissionais da saúde, dos riscos de sair às ruas com uma pandemia se alastrando e dos perigos que estão expostas todas as pessoas, independente de seu credo, raça ou classe social. Atuando em prol da legalidade, podemos ser uma alternativa às milícias criminosas, pois integramos um contingente de agentes da lei que quer tão somente que a legislação seja aplicada para proteger pessoas de uma terrível doença, e não agimos pela ganância daqueles que só querem o lucro, às custas da vida e da saúde dos outros. Devemos denunciar aglomerações, comunicar às autoridades competentes a abertura irregular de estabelecimentos, e, principalmente, combater as carreatas, efetuando a detenção e promovendo a responsabilização penal de seus integrantes.

Somente desta forma, como policiais, e antifascistas como somos, conseguiremos frustrar os planos maléficos de um presidente e um gabinete do ódio que só governa pra si próprio, lucrando com o caos e a desgraça por meio de uma doença.

É assim que o fascismo se manifesta, e é assim que o combateremos.

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