Fernando Mineiro: “Serei uma ponte entre os governos da Fátima e do Lula a partir de 2023 em Brasília”
Natal, RN 28 de mar 2024

Fernando Mineiro: “Serei uma ponte entre os governos da Fátima e do Lula a partir de 2023 em Brasília”

24 de abril de 2022
6min
Fernando Mineiro: “Serei uma ponte entre os governos da Fátima e do Lula a partir de 2023 em Brasília”

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O pré-candidato a deputado federal Fernando Mineiro (PT) já botou os dois pés na estrada e começou a traçar metas para 2023. Uma delas tem sido repetida com entusiasmo em reuniões e entrevistas tanto em Natal como no interior: ele quer servir de ponte entre os governos de Fátima Bezerra e de Luís Inácio Lula da Silva quando chegar em Brasília. E as eleições deste ano terão um papel pedagógico e importante para a democracia: corrigir uma injustiça inédita no país.

Mineiro foi o 3º candidato mais votado para a Câmara dos Deputados em 2018, recebeu o diploma de parlamentar eleito do Tribunal Regional Eleitoral e ainda assim acabou impedido de assumir o cargo por conta de uma liminar no Tribunal Superior Eleitoral. Não há caso semelhante no Brasil. Agora, ele quer reaver em outubro de 2022 o mandato concedido, há quase quatro anos, por 98.070 potiguares.

Tapetão

Em entrevista à rádio difusora de Mossoró concedida na sexta-feira (22), Fernando Mineiro voltou a ser questionado sobre o assunto e lembrou que toda a sociedade brasileira foi penalizada com o tapetão eleitoral:

- Minha indignação é dupla: primeiro porque me tomaram a cadeira; e segundo porque, quem me tomou a cadeira, é contra a sociedade. Lá em Brasília sempre vota ao lado do Bolsonaro, nas ações contra o nosso povo. Eu tive quase 10 mil votos em Mossoró. E faço um desafio aqui: eu fiz mais por Mossoró do que quem tomou a minha cadeira”, disse, sem citar nomes, mas numa clara referência a Beto Rosado (Progressista), deputado de Mossoró que recorreu ao tapetão para permanecer na cadeira de deputado.

Horizonte

Mirando as próximas eleições, Mineiro destacou que espera participar, agora na condição de deputado federal, do processo de reconstrução da democracia e da economia do país:

- Vamos ter um trabalho grande para reconstruir o Brasil. E quero ajudar o Lula, na Câmara Federal, a recuperar a democracia e a economia do país. Quero estar em Brasília no ano que vem para ser uma voz do nosso Estado, ser uma voz do próximo governo Fátima no futuro governo Lula. Se com Bolsonaro na presidência Fátima já conseguiu fazer tanta coisa imagina estando em sintonia com o governo federal ? Então eu quero ser esse elo, essa ponte entre Fátima e Lula”, reforçou.

Experiência em gestão

Por exigência da legislação eleitoral, Mineiro deixou em 2 de abril o cargo de secretário especial de Projetos e Metas de Gestão no governo Fátima. Durante três anos, ele coordenou o Governo Cidadão, projeto financiado pelo Banco Mundial e que conta com uma série de obras e realizações em diversas áreas do Estado. Um bom exemplo é o hospital da Mulher, obra orçada em R$ 120 milhões que Mineiro encontrou paralisada e, hoje, já está 80% concluída.

- O Governo Cidadão existe desde 2013, passou pelos governos Rosalba e Robinson, que não conseguiram concluir as ações. Eu retomei ações paralisadas, e quase todas estavam paradas; resolvi os problemas dos projetos porque todos tinham problemas, e consegui concluir o que estava no prazo de ser concluído. Saio com a sensação de dever cumprido e sou muito grato à governadora por me convidar a fazer parte dessa gestão”, disse.

Política pública

À rádio mossoroense, Mineiro citou ainda como obras de destaque de sua passagem pelo governo Fátima a ampliação e reforma da escola Gilberto Reis e a conclusão da reforma governador Dix sept. Sobre o trabalho à frente da pasta, disse que deixou o Governo com a sensação de dever cumprido:

- Eu acordei quase todos os dias nesses três anos me perguntando o que o Mineiro parlamentar estaria cobrando do Mineiro gestor. Eu sempre tive muito zelo e cuidado em aprender política pública, sempre tive orgulho de conseguir fazer as coisas. E conseguir fazer muita coisa com a ajuda dos colegas secretários e dos servidores de todas as secretarias. A minha disposição é diminuir a distância entre o que eu falo e o que eu faço. É isso que me guia na política, me faz relacionar na luta política cotidiana”, refletiu.

Educação

Fernando Mineiro foi vereador de Natal por três mandatos e meio, além de deputado estadual em quatro legislaturas. É formado em Biologia pela UFRN e professor licenciado da rede estadual no Rio Grande do Norte. Ele começou a militância no movimento estudantil, ainda nos anos 1970, e integrou a diretoria de reconstrução do DCE da UFRN já no final da ditadura militar. Participou ainda do movimento ambientalista de Natal, foi fundador do PT e da CUT no Rio Grande do Norte. Mineiro também foi membro da diretoria da Associação dos Professores do RN, entidade que viria a se transformar no atual Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado (Sinte/RN), o que faz da Educação uma das bandeiras prioritárias de seu futuro mandato na Câmara:

- Vamos ter que reconstruir a educação no Brasil, no ensino básico e superior, que foram totalmente destruídos. E é preciso ter um parlamentar que dialogue com a questão da Educação. A minha trajetória me dá condição de contribuir com o governo Lula. Quero ser uma voz, em Mossoró, para discutir com a UERN como um parlamentar federal pode ser parceiro da universidade. Como eu, na Câmara Federal, poderei dialogar com a UERN. A educação será minha principal bandeira no parlamento”, adiantou.

Daniel Silveira

Sobre a polêmica mais recente envolvendo o Congresso Nacional, a presidência da República e o Supremo Tribunal Federal, quando Jair Bolsonaro perdoou o deputado Daniel Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo STF por atentar contra a democracia e ameaçar fisicamente ministros da Suprema Corte, Mineiro deixou claro de que lado está nessa disputa:

- A luta principal do Brasil hoje é a luta pela democracia. O STF tomou uma posição que não foi difícil de ser tomada e no outro dia o presidente protege os crimes que o deputado fez. Ameaçar as pessoas é crime, agredindo material e fisicamente. E o que o presidente fez ? No outro dia perdoou esses crimes. Se eu estivesse em Brasília estaria na trincheira da democracia. Esse povo está de um lado, eu estou do outro. Eu estaria nessa trincheira, onde eu sempre estive. E quero estar lá pra me somar com outros deputados e deputadas”, encerrou.

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