CIDADANIA

Polícia não descarta feminicídio em caso de jovem assassinada no Planalto, em Natal

Renata Dantas dos Santos, 19 anos I Foto: reprodução G1 RN

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) ainda investiga a morte de Renata Dantas dos Santos, de 19 anos, assassinada na última sexta-feira (07), no bairro do Planalto. A família suspeita que ela tenha sido vítima de feminicídio, uma linha de investigação que também é considerada pela Polícia Civil.

Renata tinha uma filha pequena e se dividia entre dois empregos para dar conta das despesas e do sonho de comprar uma casa própria. Ela morava com a mãe e voltava do último turno do trabalho numa pizzaria do bairro Nordeste, por volta da 1h30, quando foi surpreendida por dois homens em uma moto. A jovem foi levada para um canto escuro da rua e assassinada com tiros na cabeça. Nenhum objeto da vítima foi levado pelos suspeitos.

A mãe de Renata soube que a filha havia sido atingida por tiros e chegou a procurar por ela em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), achando que Renata, apesar de ferida, ainda estaria viva e teria sido socorrida. Só depois, o corpo da jovem foi encontrado já sem vida.

Como a investigação do caso de Renata ainda não foi concluída, não entrou para a estatística de quatro feminicídios no Rio Grande do Norte entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. Feminicídio é o termo usado para descrever assassinatos de mulheres cometidos em razão do gênero. Pela Lei do Feminicídio, definida no Brasil em 2015, quando o homicídio é cometido contra a mulher, o autor tem sua pena aumentada. Em 75% dos casos de feminicídio, o autor do crime é companheiro ou ex-companheiro da vítima. 

No comparativo com o mesmo período do ano passado, nos dois primeiros meses de 2023 foi registrada uma queda no número de feminicídios, que passaram de seis para quatro casos. A Polícia Civil ainda está fechando os dados em relação a março deste ano.

JANEIRO/ FEVEREIRO 2022: 6 CASOS 

JANEIRO/ FEVEREIRO 2023: 4 CASOS (em investigação) 

Vítimas em 2023

Micheli da Silva Ferreira, 33 anos
Micheli da Silva Ferreira tinha 33 anos

Micheli da Silva Ferreira tinha 33 anos quando foi assassinada pelo ex-marido, na noite do dia 04 de fevereiro, no município de Senador Elói de Souza. Leonardo Ponciano de Macedo assumiu o crime em um vídeo postado nas redes sociais e, em seguida, tirou a própria vida. De acordo com a Polícia Militar, o feminicídio foi seguido de estupro porque o corpo da vítima também apresentava sinais de agressão. O casal tinha três filhos.

Maria de Fátima José Azevedo de Andrade
Maria de Fátima José Azevedo de Andrade, 54 anos

Maria de Fátima José Azevedo de Andrade foi morta a facadas, aos 54 anos, dentro da própria casa, no dia 15 de fevereiro, no bairro de Felipe Camarão. O marido da vítima foi preso em flagrante. Enquanto a vítima estava já sem vida no sofá da casa, ele foi encontrado em dos quartos embriagado, tentando tirar a própria vida.

Marcione de Araújo Brito, 34 anos
Marcione de Araújo Brito, 34 anos

Marcione de Araújo Brito, de 34 anos, foi encontrada esfaqueada no chão da cozinha de casa, localizada na zona rural de Caicó, no dia 22 de fevereiro. Ela chegou a ser socorrida com vida para o Hospital Regional do Seridó, mas morreu ao chegar ao local. O companheiro de Marcione, principal suspeito de ter cometido o crime, não foi encontrado na época. A Polícia Civil não conseguiu atualizar o caso até a publicação desta matéria.

Rute Helena dos Santos, de 43 anos, foi assassinada pelo ex-companheiro com um golpe de machado no pescoço. O homem cometeu suicídio depois do crime. Os dois estavam desaparecidos desde o dia 25 de fevereiro e foram encontrados por um filho do casal no dia 27. Eles estavam dentro de casa, no município de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal. Familiares da vítima disseram que o homem tinha um histórico de violência contra a mulher e que ela havia se separado dele apenas dois meses antes do crime.

ATUALIZAÇÃO ÀS 12H57

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte atualizou os dados após a publicação deste reportagem e, segundo a Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), órgão da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), foram registrados seis feminicídios entre janeiro (1) e fevereiro (5) de 2023 e não apenas quatro, como dito na matéria. Com isso, o número de feminicídios nos dois primeiros meses de 2022 e 2023 é o mesmo: 6 casos nos dois primeiros meses de cada ano.

JANEIRO/ FEVEREIRO 2022: 6 CASOS 

JANEIRO/ FEVEREIRO 2023: 6 CASOS (em investigação) 

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